2 primos e 1 perrengue na Praia do Bonete

Eu e meu primo resolvemos acampar no feriado. Decidimos então ir a um lugar que ouvimos falar muito bem, a praia do Bonete, em Ilha Bela, SP. Eu já havia ido a Ilha Bela uma vez, por isso conhecia como chegar a Bonete.

Era uma quarta feira, e nós saímos de São José dos Campos, onde moro, às 10 horas. Chegamos em São Sebastião às 12:30, mais ou menos. Então, atravessamos a balsa, e já estávamos na ilha. Paramos para tomar uma água e ligar para casa. Quando fomos para o ponto para tomar o ônibus, uma surpresa desagradável: o único ônibus que leva para o início da trilha, Borrifos, tinha acabado de sair e o próximo só sairia às 4 horas!

Ficamos sem saber o que fazer. Então, resolvemos ir andando em direção a Bonete, para parar em alguma praia para esperar o próximo ônibus.

Andamos mais ou menos 4 horas, e então chegamos a uma praia que dava pra ficar. Como estava ficando tarde, chegamos a pensar em ficar em algum camping na cidade mesmo e ir no dia seguinte. Perguntamos a algumas pessoas como era a trilha, e o que eles nos aconselhavam. A maioria dizia que era melhor dormirmos e irmos no dia seguinte. Mas, mesmo assim, decidimos ir!

O ônibus passou às 4:30. Chegamos na trilha eram 5 horas. No começo estava tudo bem. A trilha estava fácil e ainda estava claro. Com uma hora de caminhada começou a escurecer, daí as coisas começaram a complicar. A trilha foi ficando mais difícil, e a gente só via subidas e decidas. Um pouco mais tarde, chegamos na primeira cachoeira. Não foi difícil atravessar, pois aquela época não estava chovendo então a cachoeira não fica muito funda. O único problema foi uma aranha que eu quase pisei em cima. Continuamos a caminhada. A trilha praticamente não melhora em momento algum. São apenas subidas e decidas.

Quando nós parávamos pra tomar uma água e descansar um pouco, nunca ficávamos muito tempo. Era só ficarmos um pouco parados que começávamos a ouvir uns barulhos estranhos na mata, então a gente começava a andar rapidinho!

O pior é que não fomos preparados para fazer a trilha de noite, então não tínhamos muitas pilhas, e mais no final da trilha as lanternas já estavam ficando fracas.

Chegamos então na segunda cachoeira. A travessia também foi tranqüila.

Então, depois de mais ou menos 4 horas de caminhada, ao fim de uma subida que parecia nunca acabar, tivemos a primeira vista da praia! Uma vista linda, com a lua refletindo no mar!

Com mais uns 40 minutos, já estávamos em Bonete. Mais a história não acaba aí, não. Estávamos completamente acabados, e depois de descansar um pouco na areia branca da praia, fomos procurar o camping. O problema é que todos dormem cedo em Bonete, e já eram uma 11 horas. Andamos por toda a praia procurando alguém para nos dar informações, e não havia ninguém! Não tinham muitos turistas na praia aquele dia também, pois o feriado só era no dia seguintes, e as pessoas só começariam a chegar na quinta à tarde.

Resolvemos então armar a barraca na praia mesmo, o que é proibido por lei, mas era nossa única alternativa. No dia seguinte acordamos com os pescadores vindo nos falar que não podíamos acampar ali. Depois de explicar tudo, desmontamos a barraca e fomos pra o camping.

Passamos o dia na praia, e voltamos no dia seguinte. A volta foi bem mais tranqüila, e, por ser de dia, deu pra aproveitarmos as lindas cachoeiras do caminho.

Bom, acho que é só. Essa foi minha maior aventura. Nunca irei esquecer da praia do Bonete!

Autor: Caio Spada de Toledo Piza.
E-mail: caiopiza@hotmail.com
Cidade/UF: Ilha Bela – SP

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