Buenos Aires e todos os “pulos do gato”

Salve galera! Eu acabei de chegar de Buenos Aires e estou cheio de coisas legais pra contar a quem gostaria de conhecer a cidade ou saber um pouco mais sobre ela. Tem programação pra dia, noite, casal, pra criançada ou pra quem quiser ir sozinho.

A primeira delas é que a capital argentina continua charmosa, limpa e segura. E sim, segue invadida por brasileiros e cambistas que além de gritar câmbio, câmbio, câmbio na calle (rua) florida, agora falam português. Claro que “hablar” espanhol é bom, mas se não souber dizem nem um hola, ainda sim pode ficar tranquilo, dá pra se virar muito bem pela cidade falando português.

É tão fácil que, pra desembarcar por lá, só precisamos de uma carteira de identidade expedida a menos de 10 anos ou de um passaporte válido, sendo possível encontrar passagens saindo de São Paulo por menos de R$300 reais. Claro, esse preço só é possível com muita pesquisa e flexibilidade de datas e compra com certa antecedência.

Mesmo diante de uma interminável crise que se agravou em 2011 devido a restrição de entrada do dólar ao país e uma inflação na casa dos trinta por cento ao ano, os preços permanecem atrativos para nós, pois a moeda está cada dia menos valorizada em relação as dos outros países, incluindo o nosso. Apesar disso, se come, se bebe, se veste, se locomove e se passeia muito bem por aquelas bandas, é certeza de alegria no exterior, especialmente pra quem planeja sua primeira viagem pra fora do Brasil.

Complicado dizer quantos pesos argentinos você conseguirá cambiar quando chegar, pois quase que diariamente a cotação sofre grandes oscilações. Todavia, a maioria dos sites e revistas especializadas aconselham comprar aqui e levar dólares, pois a moeda é uma das que mais se valoriza do lado de lá. Num exemplo rápido, com R$500 reais você compra cerca de US$200 dólares em qualquer casa de câmbio e troca eles por aproximados AR$2360.

Resumindo: é mais que o dobro da moeda original! Contudo, levar reais também pode ser um bom negócio, de um jeito ou de outro, sairemos ganhando. Para saber a cotação do dólar, acesse  www.dolarblue.net; E que fique claro: esses valores são no mercado negro, que nem é assim tão negro e obscuro, pois a maioria das pessoas cambia moeda lá na Rua Florida e a luz do dia, sem qualquer problema. Eu mesmo nunca tive aborrecimento com moeda falsa, como dizem por aí. Só não deixe de consultar a cotação quando for viajar, pra ter referência mais precisa de valores.

Se pudesse dar um conselho, diria para levar dólares, reais e alguns pesos argentinos, tudo em espécie, já que é possível pagar a maioria das coisas nas três moedas, sendo que a maior parte dos estabelecimentos não aceita o tal cartão travelmoney, ficou cheio de restrições no país. Resta como opção o famigerado cartão de crédito e o de débito também. Só que com as novas regras do IOF, desembolsa-se 6,38% só de imposto por usar qualquer um deles no exterior. Uma comodidade cara e, ao meu ver, desvantajosa. Mas enfim, a decisão de usar cartões lá fora é sua.

Superada a parte monetária, vamos a escolha da época. Se quiser frio, vá de maio a agosto. Na primeira vez que fui, setembro choveu muito, fazia um frio meio chato, então  recomendaria evitar especificamente esse mês. A alta temporada e os preços mais caros seguem a mesma regra nossa (julho, agosto, dezembro e janeiro). No resto, qualquer época o clima será bastante semelhante ao do sul do Brasil, então tome-o como referência.

Prefira vôos que desçam em Aeroparque, pois fica dentro da cidade. O Ezeiza é longe, não possui um ônibus direto, um táxi desse último ficará em pelo menos AR$200 pesos para chegar até os principais pontos da cidade. Aliás, por falar em táxi, só pegue os pretos com amarelos, pois são credenciados, o resto é furada. Mas se o preço estiver muito convidativo, aceite o voo pra Ezeiza e contrate o transfer nesse site: www.aerobusezeiza.com.ar/por, quando pesquisei estava variando entre 33 a 85 pesos.

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Com o metrô é possível acessar os principais pontos, recomendaria também que evitasse os ônibus, pois além de só aceitar moedas ou cartão SUBTE para pagamento da passagem, os preços variam de acordo com a distância percorrida, aqui nem todo mundo entende português e o risco de descer no lugar errado é enorme. Uma curiosidade a ser dita: no horário de pico é comum que os motoristas façam alterações nas rotas para fugir do trânsito, imagina como fica? Os pontos de ônibus podem estar marcados em pilastras e até mesmo em árvores, vi um que ficava numa caçamba de lixo, achei super interessante também.

Além disso, se estiver planejando usar seu poderoso smartphone pra se locomover, esqueça: nas palavras dos próprios argentinos, a internet por lá está aquém do necessário, não possuem o tão tão famoso google maps catalogado e seus trajetos mágicos. A alternativa é instalar o mapa interativo que pode quebrar um galho. Mas não espere um 3 ou 4G. Use e abuse da rede wi-fi pra postar fotos no face e usar o whatsapp. Tem rede disponível em quase todos os estabelecimentos comerciais como café, restaurante e lojas.

Muitas pessoas perguntam onde é melhor se hospedar e eu recomendaria que procurasse ficar o mais perto possível da rua florida, pois de lá é possível ir a praticamente todos os pontos de interesse da cidade, seja a pé, de metrô ou táxi. Mas se quiser algo menos agitado ou se conseguir um preço mais atrativo, melhor San Telmo, Palermo ou Recoleta. Talvez consiga até alugar um apartamento, pode ser uma boa se seu grupo for maior, há muitos anúncios na internet. Qualquer lugar que fique próximo a uma estação de metrô resolverá oitenta por cento da sua vida. A propósito, o metrô funciona das 5 as 22, então é só se programar e evitar os horários de pico.

Tem ainda um assunto que as pessoas falam pouco, que é sobre o tax free. Trata-se da devolução em até 16% do valor das compras acima de 70 pesos (nesse exemplo você teria devolvido algo em torno de 11 pesos e o produto sairia na verdade por 59). Agora, atenção: esse benefício só se aplica a produtos que são “made in argentina”. Funciona assim: você compra, pede a loja que preencha um documento ou cupom fiscal e também de um cheque de reembolso, tem que receber os dois senão dá problema; aí procura o terminal para reembolso na rodoviária (Retiro), terminal de buquebus (saída para o Uruguai) ou então em um dos dois aeroportos. Lá, basta preencher um formulário e receber seu valor “reembolsável” no cartão de crédito, pode ser uma grana boa dependendo do que e de quanto comprar. O problema é que nem toda loja está credenciada, pergunte antes de comprar porque muitos não aderiram. A Falabella, popularmente conhecida como C&A argentina, está associada ao programa por exemplo.

Finalmente falando de comida, se acabe num churrasco argentino, não deixe de experimentar o famoso chorizo (bife de boi) com papas (batatas). Obrigatório tomar helado (sorvete artesanal), comer alfajores das mais variadas marcas. Tem também os churros e o doce de leite argentino que é divino, milhões de variações de cremes de queijo vendidos nos supermercados e aquelas delicias que se chamam medialunas (doces em formato de croissant que geralmente são comidos no café da manhã); as tortinhas com recheio cremoso, as tartas e por aí vai. Aprecie bons vinhos e experimente o fernet com coca-cola, uma bebida bem típica que particularmente virei fã. Ai meu deus! Quase me esqueço das empanadas, as primas latinas das esfirras, impossível não comer dezenas delas.

Os passeios irei detalhar em breve, com um roteiro pra lá de destrinchado, tenha você 3, 4 ou mais dias, não percam! Então agora que você já sabe tudo que precisa pra planejar e visitar a capital portenha, o que está esperando pra ficar de olho numa promoção de passagem?

Leia mais sobre Buenos Aires no blog dos Aventureiros.

Buena viaje!

Por Amilton Fortes
Email: amilton.fortes@yahoo.com.br

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