Cicloviagem na trilha do “Canal du Midi”, na França

CANAL DO MIDI - Cicloviajantes no Canal Du Midi





Todos nós sabemos que a França é um país que possui vasta infraestrutura quando se trata de turismo, são muitas as opções principalmente para os amantes de atividades ao ar livre.

O “Canal du Midi” é um canal artificial com mais de 300 anos que corta parte da França, responsável pela ligação do mar mediterrâneo ao atlântico, sua função original era de facilitar o transito de embarcações comercias, mas nos dias atuais se tornou mais um destino impresso em cartilhas de turismo a espera de pessoas dispostas a se aventurar em suas águas calmas, ou na trilha que passa ao seu lado, que é o meu caso.

CANAL DO MIDI – Mapa do trajeto e pequeno barco de turista

Quando se trata de cicloturismo sou marinheiro de primeira viagem, e confesso que o “Midi” surgiu como uma oportunidade de estrear esse tipo de aventura em minha vida.

Meu trajeto total foi cerca de 120 km, com início na cidade de Agde que fica as margens do mar mediterrâneo e com destino final em Carcassonne.

Sem bicicleta profissional, pra falar a verdade peguei uma emprestada de um amigo que estava empoeirada e com o pneu murcho na escuridão de uma garagem, nas costas uma mochila de 80L com tralhas de camping, tênis surrado de trilha e “Voilà, ce partir” comecei minha viagem.

CANAL DO MIDI – Foto tirada no inicio do trajeto da viagem

(Não quero incentivar ninguém a fazer o mesmo, ou ao menos nas mesmas condições que fiz, pois materiais profissionais para cicloviagem são muito importantes para sua segurança).

Os primeiros cinco quilômetros foram uma maravilha, via pavimentada e quando não pavimentada em boas condições, pássaros cantando em um dia ensolarado de verão Europeu, velhinhos simpáticos em bicicletas duplas acenado bonjour, bonjour

Por um segundo cheguei a pensar que viajar de bicicleta era moleza, e me perguntava por que eu havia demorado tanto para fazer isso?!

CANAL DO MIDI – Barcos de passeio no Canal Du Midi

Mas conforme me distanciava da zona urbana, comecei a perceber o fluxo de pessoas diminuindo e o que antes era uma pista de ciclismo dos sonhos se transformou em uma trilha de 20cm, ora coberto por mato, ora com crateras tão grandes que poderiam facilmente me levar a um mergulho involuntário no canal, a viagem havia começado de verdade e eu estava amando os desafios que aos poucos iam se revelando.

CANAL DO MIDI – Barragens de transposição

A paisagem ao redor do canal vinha sempre acompanhada de novidades, passei por vilas bem pequenas, daquelas que dão a sensação que estão embalsamadas no tempo, as vezes surgiam pelo caminho imensos casarões isolados e construções em ruínas.

CANAL DO MIDI – Acampei por 03 noites consecutivas as margens do Canal du Midi

Ao todo foram 4 dias de viagem, não interruptos, pelo contrário, sempre que surgia uma cidadezinha simpática pelo caminho eu parava por várias horas para passear pelas ruas estreitas, comer algo diferente, conhecer um desconhecido, ouvir e contar histórias de outros verões.

CANAL DO MIDI – Parada para o descanso

Por fim depois de 3 dias cheguei a Carcassonne e lá começou outra aventura pelos castelos medievais, mas essa é outra história.

“E o que aprendi com essa experiência foi que antes achava que para fazer uma viagem de bicicleta, eu precisaria da melhor bicicleta, sim a melhor bicicleta é melhor que a pior, mas no fim das contas da sim também para fazer muito com o que nós temos, às vezes as dificuldades se transformam em motivação para irmos além.”

Até a próxima, paz.

CANAL DO MIDI – Chegada na cidade de Carcassonne

Coisas legais para fazer pelo caminho do Canal Du Midi

Visitar os restaurantes, mercados, bares e hotéis flutuantes, ao longo do canal há vários empreendimentos que funcionam dentro de barcos.

Pontos positivos: A trilha é plana do inicio ao fim, então se você tiver sorte de pegar um vento nas costas estará com a vida ganha meu irmão.

Diversos lugares legais para acompanhar e por ser um canal artificial o mesmo possui várias barragens de transposição e nelas funcionam pequenas estações de utilidades, tem telefone para usar caso precise, energia elétrica e algumas vendem água e alimentos.

Pontos negativos: Algumas partes da trilha exigem bastante atenção, por ser ao lado do canal há possibilidade de queda na água.

Melhores épocas do ano para visitar: Verão e outono.

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Douglas Coutinho: Dódi Coutinho é um viajante do tipo "longas viagens" gosta de absorver cada detalhe do lugar que visita, ama o mar mas prefere as montanhas. Formado em Marketing, atua como designer multimídia dedicando-se a construção e manutenção de projetos ligados a economia criativa e colaborativa em diversas áreas do turismo. Siga no Instragram @dodicoutinho

Ver Comentários (3)

  • Parabéns pela matéria. Fiquei encantada com as duas ultimas fotos, deu até vontade de se aventurar a viajar por aí de bike... e se der pra ser na França já estou preparada depois deste post!!!!

  • Adorei seu relato Dódi... nunca tinha ouvido falar desse canal e agora quero conhecer !!!
    Parabéns pelo texto
    Grande abraço

  • Muito legal!!! Eu também nunca tinha ouvido falar desse canal, bom que a gente vai aprendendo vários:lugares "novos"! Adoreeei! E que aventura fazer o percurso de bike, amei a idéia!