Se você vai viajar e não tem com quem deixar seu animal de estimação, ou simplesmente não dispensa a companhia do bichinho, não precisa se preocupar: obedecendo a algumas regras do Ministério da Agricultura – que regulamenta o transporte de animais – e das empresas aéreas, você pode viajar com seu gato ou cachorro até junto da poltrona.
Na antiga Varig, por exemplo, se o animal coubesse em uma gaiola de 41 cm X 36 cm X 33 cm, ele poderia ir debaixo da poltrona de seu dono. Se o bicho for grande demais, o proprietário paga pelo peso e ele é despachado no compartimento de cargas.
Mas a companhia deixa claro que o embarque do bichinho deve ser avisado com 48 horas de antecedência e que apenas um animal por classe é aceito, ou seja, embarca um na primeira classe, um na executiva e outro na classe econômica. O animal não pode ser solto no interior do avião.
A Air France também permite ao passageiro levar um animal de menos de 5 quilos no interior do avião, dentro de gaiolas especiais e bem arejadas. Se ele ultrapassar esse peso, o dono deve efetuar reserva e adquirir bilhete de transporte no compartimento especial.
A TAM, por sua vez, só aceita animais no compartimento de cargas e pede que eles sejam sedados antes do embarque.
Desde 1.º de junho, a companhia norte-americana Continental Airlines passa a oferecer um programa especial para transporte de animais grandes como carga – os pequenos podem continuar viajando com seus donos. Denominado Quickpak, o serviço garante que o animal seja entregue no mesmo dia e inclui uma equipe de funcionários treinados para cuidar dos bichos em qualquer hora do dia ou da noite e ambiente com controle de temperatura. A empresa exige certificado de saúde do animal.
Carteirinha
Não basta atender às especificações de peso e tamanho pedidas pelas companhias. Antes mesmo de procurá-las e reservar o lugar do bichinho, junto do assento ou no compartimento de carga, o dono deve munir-se da carteira de vacinação do animal e dirigir-se à seção especializada do Ministério da Agricultura, no Parque da Água Branca (Rua Ministro de Godói, 310), que atende de segunda a sexta-feira, das 14 às 17 horas.
O ministério exige apenas a vacina contra a raiva, mas o veterinário Aloisio Gelsi, especialista em pequenos animais, recomenda que sejam dadas doses contra cinomose, hepatite, leptospirose, parvovirose, influenza – a gripe deles – e coronavirose. “É melhor prevenir com todas essas vacinas, pois muitas vezes eles vão para ambientes bem diferentes de onde estão acostumados a viver”, alerta.
O ministério, então, vai expedir a Guia de Trânsito Animal (GTA), com validade de cinco dias. Mesmo que embarque logo e a viagem seja curta, o proprietário do animal vai ter de repetir o procedimento na volta, partindo de qualquer lugar do mundo. Vale lembrar que a GTA pode ser solicitada no Aeroporto Internacional de Guarulhos – que conta com veterinário – , mas se a documentação estiver errada ou incompleta, o animal não embarca. Melhor resolver tudo antes.
Com a autorização resolvida e permissão da companhia aérea, alguns cuidados antes do embarque podem dar um vôo tranqüilo e seguro ao bichinho. “Uma fralda descartável de criança resolve se o animal não tiver lugar para fazer xixi e nada de alimentá-lo com comidas pesadas”, ensina o veterinário Aloisio Gelsi. “E para o bichinho relaxar, receitamos um remédio em gotas à
base de acepromazina.”
Para transportar animais domésticos (cães e gatos) dentro do território brasileiro, é exigida a guia de transporte animal (GTA). A guia tem validade de sete dias, para apenas um sentido da viagem, e pode ser obtida gratuitamente no Serviço de Sanidade Animal do Ministério da Agricultura ou com veterinários credenciados pelo ministério.
Para viagens internacionais, é exigido o certificado zoosanitário internacional (CZI), emitido gratuitamente pelos postos do Ministério da Agricultura e com validade de oito dias, apenas para um sentido da viagem.
Nos dois casos é necessária a apresentação de um atestado de saúde, fornecido pelo veterinário no máximo três dias antes da emissão da GTA ou do CZI, e do comprovante de vacinação anti-rábica, para animais com idade acima de quatro meses, com o nome do laboratório produtor e número de partida da vacina, que deve ser aplicada num período mínimo de 30 dias e máximo um ano.
Avião
Os passageiros que pretendem levar seus animais de estimação em viagens aéreas têm de ficar atentos às normas dos países de destino e das companhias. Os animais devem viajar dentro de recipiente adequado a seu tipo e tamanho que seja à prova de fuga ou vazamentos. Fêmeas em período de gestação não são aceitas pelas empresas.
O viajante deve fazer uma reserva para o animal com no mínimo 48 horas de antecedência. No embarque, é necessário ter um atestado de sanidade animal, fornecido pela Secretaria Estadual de Agricultura, por algum posto do Departamento de Defesa Animal, ou pelo veterinário.
Os animais são geralmente transportados no compartimento de cargas. Eles podem viajar na cabine apenas em casos muito especiais – e com o pagamento de uma taxa suplementar. Estas regras não valem para cães treinados acompanhando deficientes visuais, que podem viajar dentro da cabine, sem taxa extra.
As companhias aéreas exigem que o animal tome um calmante quando viajar junto do dono na cabine. O passageiro tem de apresentar a receita veterinária, com a dose de tranquilizante e o horário em que ele deve ser aplicado.
Ônibus
Não existe regra para o transporte de animais em ônibus. Em geral, as empresas aceitam apenas animais de pequeno porte, desde que estejam em recipientes adequados.
O transporte só é permitido se o animal estiver com a vacinação em dia, com comprovação em caderneta, e se o passageiro apresentar a guia de transporte animal (GTA), obtida nos postos do Ministério da Agricultura.
Navio
As companhias geralmente não permitem que passageiros embarquem com animais de qualquer espécie ou tamanho. As exceções são para cães treinados que guiam deficientes visuais.
No navio Queen Elizabeth 2, da Cunard Line, há um canil e os passageiros podem levar seus animais de estimação. A taxa para o transporte é de US$ 500 para cachorros, US$ 300 para gatos e US$ 200 para pássaros.
Trem
As condições para o transporte de animais variam de acordo com a companhia de trem e a legislação do país. Algumas empresas não permitem que passageiros embarquem com animais de qualquer espécie ou tamanho. Em outras, pequenos animais podem viajar de graça, e os maiores pagam metade da tarifa de segunda classe.
Os animais devem estar em contêiners especiais ou com coleira e focinheira. Cães que servem de guia a portadores de deficiência visual normalmente são aceitos nos vagões sem o pagamento de taxas adicionais.
Obs: Verifiquem essas informações nos sites das companhias aéreas antes da sua viagem, pois eles estão sempre mudando as regras.
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