Recentemente li que pesquisadores japoneses concluíram que as ruínas de Machu Picchu estão com os dias contados porque a área aonde se encontra apresenta muitas erosões e reflexos dos terremotos.
Então aqui vai a dica de como ir a Machu Picchu, eu fui há dois anos atrás com um amigo de infância, Silvio, foi escoteiro comigo também.
Descreverei a viagem por via terrestre. É a forma mais barata, porém no Peru a passagem de avião é super barata e é possível ir do sul ao norte do Peru por um preço muito bom.
VIAGEM MACHU PICCHU POR VIA TERRESTRE.
Destino: SP para Cuzco
Foi a dois anos atrás, eu estava meio entediado e queria viajar, combinei com um amigo pelo icq e fomos comprar as passagens para Bolívia, nesse mesmo dia eu fui comprar um mapa por precaução.
Levei cerca de 300 dólares e sobrou.
Peguei o ônibus no terminal barra funda e depois de 24h de viagem, cheguei em Porto Suarez que é divisa de MS com a Bolívia. Tive o azar de chegar no domingo e neste dia não há trem para Sta Cruz. Para não perder tempo saí com o pessoal que conheci durante a viagem e alugamos um barco e ficamos remando num rio, isso para conhecer o Pantanal.
Para comprar as passagens de trem eu acordei cerca de 5 horas da manhã para ficar na fila, eu ouvi a dica de um peruano que as passagens esgotam rápido e depois fica na mão de cambista que chegam a cobrar uma fortuna.
Existe três classes, a de luxo, Pulmann que tem assento que inclina e é super confortável, a econômica que é macia, mas não inclina e a super econômica, assento de madeira parecendo banco da praça é nossa!
Dica: se sobrar grana volte pela classe de luxo
porque a viagem dura em média de 17 horas e fique atento dentro do trem porque acontece assalto. Eu andava sempre com meu canivete na cintura.
A viagem foi agradável porque conheci muitos bolivianos e peruanos, pedi conselhos e dica da melhor comida de cada região.
Não vá embora em tomar a Chicha (ticha) uma bebida fermentada a base de milho, chá de coca, Ceviche no Peru, Pacena (cerveja peruana), sopa de marisco e Inca cola.
Como eu conheci um peruano, eu e o meu amigo (Sílvio) seguimos ele, sugiro que faça o mesmo porque muitos deles conhecem o horário dos ônibus e assim evita-se a perda de tempo.
De Sta Cruz de La Sierra peguei um ônibus para Cochabamba.
Despedi de uma senhora boliviana que morava em cochabamba e peguei outro ônibus para La Paz.
A viagem foi uma seguida da outra e dormia nos ônibus, é possível tomar banho nas rodoviárias pagando muito pouco, eu tomei um banho num hotel, paguei uma mixaria.
La Paz oferece um grande mercado no bairro Justus que vende eletrodomésticos e roupas baratas porque vem da china.Mas é preciso pechinchar muito.
Aproveitei para comprar filmes para a máquina fotográfica e uma jaqueta.
Há duas formas de chegar a fronteira com o Peru, uma que é mais cara é ir de ônibus e a forma mais barata é sair da rodoviária, pegar um táxi e mande o táxi levar até a estação de micro buses (lotações) e o preço é metade do preço e ele pára no Titicaca para tirar fotos.
Em Desaguadero (Peru), fronteira com a Bolívia, troquei meu dólares por Soles e peguei ônibus para Puno porque o ônibus para Cuzco já tinha saído.
A minha sorte foi que pegamos a época de carnaval em Puno e a noite teve uma comemoração, um desfile que é meio fanfarra.
De Puno peguei o ônibus para Cuzco e fui à procura de um hotel simples, rodei a cidade inteira e encontrei hotéis de cinco estrelas a preço de 50 dólares, isso nas avenidas principais. Andei mais pelos subúrbios e encontrei uma suíte com duas camas por 30 Soles, dividindo com o meu amigo meu 15 soles o único problema foi que a porta tinha um buraco enorme em cima e dava para entrar qualquer pivete, improvisamos fazendo uma armadilha.
O dono do hotel tinha contato com guias e contratei o serviço dele que era me levar até o começo da trilha Inca.
A Trilha Inca pode ser feita em 4 dias, dois dias ou mesmo ir direto de trem e ônibus, mas como eu queria caminhar fui na trilha de quatro dias.
Mas é preciso levar barraca caso esqueça dá para alugar barraca, carregador, cozinheiro e guia.
Não era desta vez que eu ia deixar de dar uma de muquirana e eu tinha barraca então dispensei todas as acomodidades e com um mapa de papel fui rumo a Machu Picchu!
A lotação que contratei me deixou no começo da trilha, levei comida, folhas de coca para altitude, frutas, chocolate e garrafa de água (não precisa se preocupar porque tem muitas nascentes na trilha).
Na entrada da trilha, paguei uma taxa de 15 dólares para entrar porque é um parque tombado pela Unesco.
A trilha pesa mais no segundo dia que tem uma subida muito difícil, mas nada que exige um porte atlético, vi muitos senhores fazendo a trilha numa boa.
Depois de quatro dias de muita caminhada cheguei as ruínas, foi muito mágico porque de longe parece um cenário. Há muito misticismo sobre as histórias das ruínas e fiquei sabendo porque contratei um guia junto com um grupo de argentinos e chilenos.
A ruína de Machu Picchu tem uma parte maior que parece um pão de açúcar e chama-se Wayna Picchu ou pedra grande e subi em 30 min e a visão é espetacular.
Após passar a manhã e a tarde nas ruínas, fui na cidade Águas Calientes que é conhecida pelas suas termas, tem lugares que é só pagar uma taxa para entrar e ficar nas piscinas quentes o dia inteiro relaxando.
Na volta, peguei trem para Cuzco, conheci melhor a cidade e segui rumo a Arequipa de que tem o famoso vulcão Misti.
Em Arequipa eu e o meu amigo fomos bem recebidos com muitas bexigas de água (época de carnaval).
Fui de Arequipa até Arica (norte do Chile), vi um pedaço do deserto Atacama e peguei outra comemoração carnavalesca na cidade e tocou até músicas brasileiras, mas o Carnaval do pessoal não tem nenhuma perversão como mulheres peladas e tal.
Tive a oportunidade de banhar no Oceano pacífico e ver o pôr do sol em que o sol entra no mar.
O dinheiro já estava acabando e voltamos pelo mesmo jeito que viemos, em cochabamba visitei a senhora bolivianas que conhecemos na ida e comemos na casa dela (muito cara de pau não acha?) e aproveitei para revelar as fotos.
Após a despedida pegamos o trem e passei muito mal, sabe como é voltar pelo mesmo caminho, é entediante, fiquei com muita saudade do Brasil.
Enfim, voltei para Sp muito cansado, mas feliz, viajar é muito bom!!!
Espero que as minhas dicas incentivem os entediados e apaixonados por ruínas incas a viajarem, eu já conhecia as ruínas bolivianas por isso não parei quando fui para o Peru, mas dá para conhecer o Lago titicaca na parte da Bolívia e restígios de algumas ruínas Incas.
Boa aventura!!!
Autor: Marcos Akio.
E-mail: [email protected]
Cidade/UF: Cuzco – Peru
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