Descobrindo Kuala Lumpur em 2 dias, na Malásia

Simbologias Hindu em Kuala Lumpur





Se você está planejando viajar pelo sudeste asiático e possui um tempinho extra ou seu voo faz uma conexão na capital da Malásia (seu aeroporto é um importante hub), por que não passar dois dias neste grande centro financeiro da Ásia? Confesso que não tinha grande expectativa (a não ser ver as torres gêmeas), mas valeu a pena os dois dias que passei lá, não sendo um local que seja imprescindível visitar.

É até injusto falar apenas da capital, tendo em vista as duas partes que formam o país: continental e insular (junto com Indonésia e Brunei). Entretanto, iremos nos prender a apenas a cidade cosmopolita, ressaltando que indico um mergulho (para aqueles que têm mais tempo ainda) a conhecer as belezas de suas praias, principalmente em Langkawi.

PONTO DE PARTIDA:

  • VISTO: Brasileiro não necessita de visto para conhecer o país;
  • AEROPORTO: Muito belo, moderno e confortável, oferece opções como trens, ônibus e táxis para deslocamento para o centro. Opte pelo trem expresso que te leva até a estação central da cidade, e de lá pode pegar um táxi até seu destino hoteleiro. Mas sempre cuidado com os espertinhos taxistas para não enganar, sempre bom ter um mapa a mão para ajudar na identificação do destino;
  • VACINA: A comprovação de vacina de febre amarela é necessária, porém não nos foi solicitado na chegada (como em outros países da Ásia também necessita, não vá arriscar de viajar sem);
  • TRANSPORTE: Mais uma vez optamos por nos deslocarmos durante todos os passeios de carro. A moeda local é bastante desvalorizada, o que facilitou bastante a negociação de fretar um carro com motorista para nos levar aos pontos turísticos (que não são muitos) desejados. Porém, a cidade oferece uma malha viária e ferroviária de qualidade para quem optar pelo transporte público;
  • HOSPEDAGEM: Opte por ficar hospedado em hotéis do centro, próximo ao Petronas Tower, é onde ocorre todo o burburinho do dia e da noite e torna-se um local central para deslocamento de trem ou ônibus;
  • IDIOMA: Não se preocupe com o idioma, por ser uma capital financeira, o inglês é bem disseminado, apesar do idioma oficial ser o malaio;
  • VESTUÁRIO: Apesar de ser uma nação típica muçulmana, quem não pratica o islamismo não necessita se cobrir com a famosa burca. As mulheres e homens circulam tranquilamente com qualquer tipo de roupa (claro que indecência não é bem vista em qualquer lugar do mundo, não é? Ou seja, não precisa abusar de decotes e roupas justas).
Kuala Lumpur – Bangunan Sultan Abdul Samad

Sugestão de Roteiro de 2 dias em Kuala Lumpur

Kuala Lumpur, ou simplesmente KL, é uma cidade bem cosmopolita, com bastante trânsito, lojas multinacionais, shopping espalhados e bem verticalizada com altos espigões, pelo fato de ter sido construída para ser uma das grandes capitais financeiras durante o rápido crescimento dos chamados Tigres Asiáticos na década de 90. Contudo, é importante ressaltar que encontrei muito verde aqui, com boa quantidade de jardins e parques e árvores espalhadas pelas ruas.

Não é uma cidade tão grande assim quando comparamos com Nova York, Hong Kong (aguarde breve publicação) e São Paulo, KL possui apenas 1,8 milhões de habitantes. Kuala Lumpur significa “confluência enlameada” devido ao encontro do Rio Kelang com o Rio Gombak, onde trabalhadores chineses buscavam minas de estanho.

A cidade é um mix asiático, composto por malaios (em sua grande parte), chineses, indianos, árabes e ingleses. Sua religião principal é a islâmica, apesar de ter também uma grande parcela budista, e outras partes menores compostas de cristãos e hindus. Devido a isto, em seu calendário celebram o ano novo três vezes: chinês, muçulmano e cristão.

Ficamos hospedados no The ZON All Suites Residences, localizado próximo ao grande símbolo financeiro da cidade: As Maiores Torres Gêmeas do Mundo. Olha que “visu” bacana da piscina do hotel! Os quartos tem visão lateral delas, e são confortáveis, sendo servido um bom café da manhã.

Kuala Lumpur – Hotel The ZON All

PRIMEIRO DIA

Por estar hospedado bem ao lado, nossa primeira parada tinha que ser a Petronas Towers.

Estes já foram os prédios mais altos do mundo, hoje ocupam a sexta posição no ranking, sendo as maiores torres gêmeas já construídas. Esta construção possui 88 andares cada, concluídas em 1998, com 452 metros de altura. O seu intuito era construir um distrito financeiro, mostrando o crescimento da economia e a modernidade da cidade. As torres gêmeas são interligadas por uma passarela de 58 m, situadas no nível 41, a 170 m do chão. E para mostrar como as torres são resistentes, numa simulação de fogo, os bombeiros transferiram 15 mil pessoas de uma torre para a outra por ela. Em 1999, as torres serviram de cenário para o filme “Armadilha”, com os atores: Sean Connery e Catherine Zeta-Jones.

Kuala Lumpur – Petronas Towers

A Petronas Twin Towers possui em sua base um centro de compras com mais de trezentas lojas, praças de alimentação (ótimo local para refeição – oferece dezenas de restaurantes de diversas gastronomias), sala de concerto, galeria de artes, uma biblioteca e um estacionamento subterrâneo com vagas para 5.400 carros. Seu custo de construção foi de US$ 1,6 bilhões. Ah, chegue cedo, as visitas encerram no início da tarde (como já tinha subido o prédio mais alto do mundo em Dubai – veja roteiro dos Emirados Árabes – dispensei mais um arranha-céu. Mas, recomendo a subida).

Logo abaixo das torres siamesas, um lindo parque da cidade cheio de verde, com lago artificial, chafariz e áreas verdes para quem quiser realizar um delicioso piquenique. É nesta área que, a meu ver, rendem as melhores fontes do grande símbolo do país.

E por falar em chafariz, a noite acontece o show de danças das fontes. Bem, é lindo e vale a pena ir apreciar, mas depois que você assiste ao megalomaníaco show em Dubai, qualquer outra fonte parece um mero esguicho de água (rs).

Ah, a arquitetura da “Petronas Twin Towers” vista a noite reforça a ideia das mesmas como Minaretes das Mesquitas Islâmicas!

Kuala Lumpur – Petronas Towers a Noite
Kuala Lumpur – Danças das águas

Istana Negara, Jalan Duta

Palácio Real em Kuala Lumpur que abriga a realeza malaia. Possui uma estrutura imponente e um jardim impecável, porém não permite entrada para visitações (pena). Excelente atração que rende ótimas fotos, já que abriga portões de ferro altos e tons dourados. Há também guarda real com cavalos, dando um ar majestoso, principalmente quando há a sua troca.

Kuala Lumpur – Instana Negara

SkyBar Kuala Lumpur

E a baladinha da noite fica por conta de uma poolparty, com direito a uma linda vista para o Petronas Twin Towers. O bar fica situado no terraço do hotel Traders e o acesso é tranquilo para não-hóspedes. Na entrada, você pode optar por ficar em uma de suas varandinhas privadas (preço é bem alto) ou simplesmente se incorporar as dezenas de pessoas entre a piscina e o bar por um preço muito mais em conta. O som é bem bacana e cheio de pessoas que saíram do trabalho para curtir um happy hour.

Kuala Lumpur – Sky Bar

Ah, no terraço também há restaurantes para quem quiser se despedir em alto estilo de KL, mas lembre-se, o valor é bem “salgadinho”.

SEGUNDO DIA

Acordamos bem cedinho e nos deslocamos para o Batu Caves Hindu Temple, cerca de 30 min do hotel (15 km da capital). Uma pedra calcária de 13 km, situada no distrito de Gombak, forma uma série de cavernas, sendo um local importante de culto do hinduísmo na Ásia.

Kuala Lumpur – Batu Caves

Na base desta montanha, uma estátua de 42,7 m de altura, construída de concreto e barras de aço, e coberta por 300 litros de tinta dourada, que forma o senhor Murugan. É a maior estátua do mundo desta divindade do hinduísmo. A título de comparação, o Cristo Redentor, sem o pedestal, tem 30 metros de altura.

Murugan é a personificação da luz e sabedoria, e os devotos de Shiva oram a ele para superar os obstáculos que enfrentam, pois ele é o divino vencedor do mal.

Kuala Lumpur – Batu Caves com Murugan

As Batu Caves existem há mais de 400 milhões de anos, onde já foi abrigo da tribo indígena Temuam, e o nome se deve ao rio que passa pelo monte. E para ter acesso as cavernas é preciso vencer 272 degraus (ufa!). A caverna tem um pé direito enorme, com brechas onde entram raios solares, iluminando-a, dando um ar de mistério, cheio de templos e imagens do hinduísmo. Ah, está repleta de morcegos, pombos e macacos (e estes avançam se ver você com alguma comida ou algo colorido pequeno, cuidado).

Anualmente, ocorre o Festival Hindu de Thaipusam, no qual milhões de devotos e turistas saem em procissão do centro em uma caminhada de oito horas para orar.

Templo Sri Maha Mariamman

Você sabe qual a religião mais antiga do mundo? O hinduísmo possui cerca de 3 500 anos de história e surgiu com os primeiros textos sagrados, os Vedas. O Sri Maha fica bem no centro da cidade, sendo passagem obrigatória para quem quer conhecer mais das divindades hinduístas, pois a sua arquitetura é rica em simbolismos e detalhes. É gratuito o seu acesso, apenas pagando um valor irrisório para guardar os sapatos (não pode entrar calçado, como nas mesquitas), este gesto demonstra cordialidade e respeito.

Kuala Lumpur – Sri Maha Mariamman

Praça Merdeka e Kuala Lumpur City Gallery

Nesta praça está situado um mastro de 95 metros com a bandeira do país, sendo um dos maiores do mundo, e representa o ícone de sua independência em relação ao Reino Unido. Ao redor, diversos prédios coloniais e administrativos, onde o mais imponente e chamará sua atenção será o Bangunan Sultan Abdul Samad (possui uma torre de relógio com 41 metros de altura).

Ao lado desta praça tem a Kuala Lumpur City Gallery, com exposições e este lindo letreiro para tirar uma foto para guardar de recordação.

Kuala Lumpur – City Gallery

Vale ressaltar que próximo a esta praça também fica localizado o mercado central (pena que não deu tempo de ir lá), com várias opções de artesanato e culinária malaia.

SENTI FALTA E INDICO: A Mesquita Nacional

Apesar de não ter sido grande o entusiasmo para esta cidade, confesso que fiquei bem surpreso com a grande mistura entre ocidente e oriente. Foi uma surpresa observar como culturas bastante diversificadas vivem pacificamente, respeitando o espaço de cada uma. A beleza e a modernização do capitalismo misturadas às cores e à alegria do hinduísmo resumiriam bem estas 48 horas na cidade malaia.

Veja o vídeo que fiz com mais fotos de Kuala Lumpur

E o que você me diria de um hotel com a maior piscina panorâmica com borda infinita do mundo localizada no 57º de um prédio? Quer saber mais? Aguarde o próximo destino.

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Gil Cavalcante: Gil Cavalcante é pernambucano, administrador de empresas, professor, e viajante do mundo. Coleciona ímãs de geladeira das cidades por onde passa, e tem como meta: visitar e conhecer cada cultura deste planeta a fora. Sigam meus passos também no Instagram: @gilcav
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