Ibitipoca, um parque estadual ainda conservado

A Serra do Ibitipoca, localizada a sudeste de Minas Gerais, é um complexo natural com muitas rochas, penhascos, paredões, grutas e cachoeiras, possui vegetação baixa, rica em orquídeas, bromélias, canelas-de-ema, cactus e sempre-vivas, com várias espécies endêmicas – é a área mais importante do Hemisfério Sul para o estudo de líquens.

A altitude média é de 1.500 m, e o ponto culminante é o Pico da Lombada, com 1.784 m. Encontra-se lá a maior caverna do mundo esculpida em rocha quartzítica, a Gruta das Bromélias, com 3.000 metros de extensão mapeados e diversas clarabóias.
O Parque é cortado pelos ribeirões do Salto e Vermelho, cuja água escura, espumante e ácida, deve-se à alta porosidade do solo de quartzito, que permite a infiltração da água da chuva com material orgânico para as bacias subterrâneas.

Para preservar esse conjunto de monumentos e uma das maiores biodiversidades mundiais, foi criado em 1973, o Parque Estadual do Ibitipoca, com área de 1.488 ha, mantido pelo Instituto Estadual de Florestas e aberto ao turismo ecológico e à pesquisa científica.

O camping do parque é limitado a 40 barracas, mas o número de visitantes é muito grande devido à existência de campings, pousadas e casas de veraneio, no Arraial e redondezas. Devido à sua proximidade (2km), o Arraial pode ser considerado uma extensão da infra-estrutura turística do Parque, que dispõe de áreas de camping (com vestiários, banheiros, churrasqueiras, pias, mesas, lanchonete e estacionamento), trilhas que levam aos principais pontos turísticos e que recebem manutenção, Portaria, Centro de Informações e Educação Ambiental, Casas de Pesquisadores, Casas de Funcionários (administradores), Casa de Visitantes (ilustres), Centro de Manutenção (almoxarifado) e Pronto Socorro.

Bom, chega de informações gerais. Vamos a nossa viagem !
Combinamos com um grupo de amigos para dar uma volta nos carros 4X4, e estávamos em dúvida sobre qual roteiro iríamos. Já tinha estado em Ibitipoca, com uma Parati, que tinha ido muito bem, mas como temos uma estrada de terra de 20Km, poderia ser uma boa brincadeira.

O parque é simplesmente fantástico. É impressionante a quantidade de locais para fotografias, cachoeiras, trilhas, etc. Tudo muito bem sinalizado, e com guias para tirar as dúvidas.
A exemplo da vez anterior, ficamos na Pousada Serra do Ibitipoca. Uma excelente opção, pois depois de andar o dia todo, uma boa refeição, um banho quente e uma caminha gostosa ajudam a recuperar as forças para a caminhada do dia seguinte. Teve um casal que gostou tanto da pousada que tirou um dos dias para ficar por lá, afinal tem frigobar, churrasqueira individual para cada chalé, e TV.

A pousada fica perto do parque, e fornece o traslado até o centro de informações. Parece pouco, mas isto guarda as energias para o Parque, e não para o caminho até ele.
Uma constatação interessante foi a ausência de MOSQUITOS ! Isso mesmo, se sua namorada disser que não gosta de ir para o mato, esta não poderá ser a desculpa.

Logo no início, encontramos um grupo de meninas que tinham ido ao parque, e não estavam muito a fim de se aventurar sozinhas. Dito e feito, se integraram ao nosso grupo e seguimos os caminhos das trilhas. Uma idéia muito boa é que logo na entrada do parque (R$ 2,00/pessoa), você recebe um mapa das trilhas. Assim você consegue planejar direitinho até onde pretende ir. Não se esqueça que aqui tudo é feito a pé, e deve se guardar fôlego para a volta.

Os pontos principais que passamos nos 3 dias foram:
Dia 1: Lago dos Espelhos, Gruta do Monjolinho, Gruta do Pião, Ruínas da Capela, Pico do Pião, Gruta dos Viajantes (8 h)
Dia 2: Gruta do Monjolinho, Lagoa Seca, Cachoeirinha, Cahoeira das Fadas, Janela do Céu, Gruta dos Moreiras, Gruta dos Três Arcos, Gruta dos Fugitivos, Lombada e Gruta da Cruz ( 10 h )
Dia 3: Ponte de Pedra, Cachoeira dos Macacos, Cachoeira da Pedra Quadrada, Gruta dos Coelhos (6 h):

Atenção, fiquei sabendo que a Entrada foi limitada no Parque por um período de 180 dias. O número de visitantes no interior do parque ao máximo de:

I – 300 (trezentos) visitantes ao dia, em dias de semana (segunda a sexta);
II – 800 (oitocentos) visitantes aos sábados, domingos e feriados;
III – 20 (vinte) barracas nas áreas de camping, não excedendo a 60 (sessenta) pessoas, em dias de semana (segunda a sexta);
IV – 40 (quarenta) barracas nas áreas de camping, não excedendo a 120 (cento e vinte) pessoas aos sábados, domingos e feriados;
V – 40 (quarenta) o número de vagas nos estacionamentos do parque, independente do dia de semana.

DICAS

Como Chegar: Partindo do Rio, pegar a Rio-Petrópolis indo até Juiz de Fora. Quando a estrada se transformar em mão-dupla, existe uma placa para à esquerda, indicando a cidade de Lima Duarte (60km).

A partir daí, é entrar na segunda entrada para a cidade (Posto Ipiranga) e seguir as placas, até a estrada de terra, de 20 Km até a comunidade de Conceição do Ibitipoca.

Onde Ficar: Definitivamente, na Pousada Serra do Ibitipoca. Chalés para até 5 pessoas, a preços honestos (www.serradoibitipoca.com.br) .

Para quem estiver sem grana, é possível acampar no próprio parque mediante reserva. Existem também alguns campings fora do parque.

Outras Dicas: Reservas para acampar no parque:
Telefax: (032) 281-1101 / 281-8126
Gerente: Paulo Roberto T. Ribeiro

Ao chegar no parque, dê um pulo no Centro de Informações. Lá existem guias que dão excelentes e atualizadas sugestões a respeito das trilhas.

Não adianta ir de carro até o parque, as vagas lá dentro são muito limitadas e deixar na estrada é um grande risco de arranhões e batidas. Existem Kombis, Fuscas e Brasílias que custam R$ 1,00 da Cidade até lá.

Autor: Adriano Leal.
E-mail: adrianoleal@bol.com.br
Cidade/UF: Rio de Janeiro – RJ

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