Lagoa Feia (oi?) de Campos dos Goytacazes

Depois de um tempo sem enviar matérias, mas não longe das aventuras, retorno para dar continuidade na divulgação das belezas naturais próximas a minha cidade: Campos dos Goytacazes/RJ.

Em meu último artigo, falei sobre o Morro do Itaóca (ou Morro do Rato), suas características e esportes radicais ali praticados. Do visual lá de cima, podemos ver duas das principais lagoas de nossa região: Lagoa Feia e Lagoa de Cima.

A Lagoa Feia…

…é a segunda maior lagoa de água doce do Brasil, sendo superada somente pela Lagoa dos Patos no Rio Grande do Sul. Está localizada na divisa dos municípios de Campos dos Goytacazes e Quissamã.

A lagoa é resultante de um antigo golfo que se comunica com o Oceano Atlântico pelo Canal das Flechas, possuindo área de 170 km2, com profundidade entre 1 a 3metros e riquíssima vegetação aquática formada por aguapés, peperis, dama-do-lago, entre outros. Sua água é geralmente morna e de pouca transparência. Tem grande importância para a pesca na região.

O seu nome gera grande polêmica aos olhos de quem a visita: na verdade é linda! A origem de seu nome é datada do período dos Sete Capitães, que herdaram as terras da Capitania de São Tomé (por volta de 1630)… talvez uma lenda…dizem que os militares portugueses (Sete Capitães) a descobriram num dia de grande tempestade na região, suas águas estavam agitadas e com ondas nas pequenas praias existentes. Vai saber né…

Trilhas de Bike até a bela Lagoa Feia

Meu desejo de conhecer a lagoa era antigo, seja por comentários de amigos, pela admiração vista do topo do Morro do Rato ou quando a contornava pela estrada que liga Farol de São Tomé e Quissamã, percurso que eu sempre fazia a trabalho.

Do centro da cidade de Campos dos Goytacazes até a Lagoa Feia são aproximadamente 36 km. Fizemos a trilha de Bike e escolhemos como ponto de encontro o bairro de Donana, a 10km do centro da cidade, no Distrito de Goytacazes.

Iniciamos as trilhas logo cedo, passando por estradas de terra e aceiros de cana, encontramos várias capelas já abandonadas e antigas casas, passamos por diversos lugarejos como Coqueiros, Braga, chegando finalmente a Ponta Grossa de Fidalgos, ponto final da aventura.

Paramos numa propriedade a beira da Lagoa, onde existem restaurantes, barzinhos e um canal com diversas embarcações pequenas, utilizadas pelos moradores da região para a pesca e/ou condução, ligando às outras comunidades do município vizinho. Durante todo o ano o local recebe muitas pessoas, principalmente aos Domingos, e no verão o lugar esquenta mais ainda.

Iniciei uma pequena caminhada até a beira da lagoa, registrando diversas fotos (algumas disponibilizadas aqui) de uma paisagem linda, belas vegetações, diversidade de aves, uma imensidão de águas calmas misturando seu horizonte com nossa região de planície.

Infelizmente, não só de belezas naturais pudemos desfrutar: em vários pontos encontramos vestígios negativos da ação do homem: lixo, abandono, drenagem e invasão do leito da lagoa, imagens da falta de interesse da prefeitura com esse patrimônio natural, da falta de preparo e de informação junto às comunidades sobre como preservar seu lugar de moradia e sustento.

Mesmo assim valeu a pena, ótimas trilhas, belo visual e a certeza que de feia a lagoa tem apenas em seu nome…precisa apenas de um cuidado maior.

Agradeço a companhia de Alexander, Perla e Didi nessa aventura.
Até a próxima galera, onde falarei sobre a Lagoa de Cima.

Autor: Thiago Suisso
E-mail: [email protected]