Preocupante! Extremamente preocupante o que aconteceu após a publicação da minha coluna “Turismólogo: Uma profissão a ser reconhecida”. Após receber muitos comentários de leitores que expressavam concordância com meu relato exposto anteriormente, confesso que me senti de certa forma desconfortável. Vocês perguntarão: – Desconfortável? E eu lhes digo: – Claro, afinal alguma coisa deve estar errada nisso tudo. Ora, não haver sequer uma mensagem que discordasse de tudo aquilo que eu disse? Nenhum questionamento quanto às minhas argumentações?
Fiquei horas e horas vagando em pensamentos buscando alguma explicação para o ocorrido. Enfim, duas justificativas me vieram à cabeça. A primeira delas, óbvia, já vem daquele antigo provérbio que todos nós um dia na vida já ouvimos: “quem cala, consente”. Acho que não preciso dizer de onde viria esse silêncio, certo? Já a segunda e mais alarmante justificativa mostra-me estar certo das afirmações que fiz. Explico!
A partir de 1994, um “boom” de ofertas para cursos superiores em turismo e hotelaria aconteceu pegando “carona” com o surgimento de investidores estimulados pela estabilização da moeda e que, consequentemente impulsionaram o setor turístico nacional com a abertura de diversos empreendimentos ligados ao turismo. Porém, a oferta de profissionais graduados nas áreas não foi acompanhada pela demanda de tais empreendimentos. Ou seja, o crescimento repentino e descontrolado destes cursos superiores disponibilizou mais profissionais do que o mercado podia comportar.
Atualmente, com leis mais criteriosas, o Ministério da Educação não incentiva a abertura de cursos ligados ao setor e tem fechado muitos por não corresponderem às normas de ensino estabelecidas para área acadêmica específica.
Outra dificuldade de inserção do turismólogo no mercado é o fato do mesmo não ser considerado um profissional essencial dentro da maioria dos empreendimentos e setores públicos ligados ao turismo. Com esse pré-conceito estabelecido, não adiantaria o crescimento do turismo nacional, já que, sendo uma “categoria” pouco valorizada no mercado, profissionais de outras áreas ocupariam cargos que deveriam ser especificamente dos turismólogos. O resultado disso é a continuidade do desproporcional ciclo de oferta e demanda resultantes da formação de profissionais desta área sem mercado aberto para trabalharem.
É claro que, de doze anos para cá, a diversificação do produto turístico brasileiro fez com que surgissem diversas oportunidades para profissionais graduados na área. Caso se mantenha essa tendência, o resultado será a abertura cada vez maior do mercado para tais profissionais. No entanto, essa abertura virá acompanhada do já imprescindível domínio de línguas estrangeiras, em especial, o inglês, item básico para qualquer profissional do setor turístico, bem como a especialização em áreas cada vez mais específicas do setor, como ocorre em outras profissões.
De todo esse debate, concluo que o turismólogo sofre de dois males:
- Mal do descobrimento: onde o profissional precisa ser descoberto pela sociedade a qual ele presta serviços. Contudo, desconhecem seu trabalho e sua existência.
- Mal do reconhecimento: que vai muito além das habilidades adquiridas na sua graduação e que devem ser empregadas em seu trabalho através da aceitação do seu cargo pelo mercado turístico em geral.
Leandro Guedes Leite Gazola, mineiro de Varginha, é turismólogo formado pela PUC-Minas Poços de Caldas (2006). Atualmente trabalha com consultoria virtual para viagens pela América do Sul
Autor: Leandro Gazola
E-mail: [email protected]
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