Cuiabá se declara como o centro geodésico da América Latina. Isso significa que ela está a iguais distâncias do Pacífico e Atlântico. Mas, tendo que viajar para lá a trabalho, eram outras distâncias que me interessavam – a curtas viagens da capital, pode-se visitar nada menos que a Chapada dos Guimarães, o Pantanal e a porta sul da Amazônia. Esta última é um pouco mais longe. O parque da Chapada está fechado há 6 meses desde um desmoronamento. Não foi difícil escolher onde aproveitar um (mísero, único) dia de folga antes de cair na labuta.
A viagem é curta e indolor – são apenas 80km de asfalto que separam Cuiabá de Poconé, porta de entrada da porção “turística” do Pantanal Matogrossense. Estes foram vencidos em um carro alugado, pois “turismo de pacote” não me agrada nem um pouco, e os preços pesquisados muito menos.
Praticamente todo o Pantanal é composto por fazendas particulares, e em boa parte de criação de gado. Há uma estrada de terra, a Transpantaneira, cortando 150km desse ecossistema único no mundo. Para visitar a região, é necessário portanto pagar – para hospedar-se ou fazer um day-use em uma das diversas bem estruturadas pousadas, que também monopolizam os passeios – cavalgadas, trilhas, de barco ou bicicleta. Não se trata, portanto, de um destino de aventura, principalmente nesta região central. É uma viagem contemplativa, que pode ser feita tranquilamente em família, mas cheia de atrativos para os aventureiros que gostam de apreciar a natureza – e que natureza!
Já na estrada, que é de terra mas em ótimas condições, mesmo de dentro do carro é impossível não se impressionar com a grande variedade da fauna local. Cada quilômetro percorrido é um festival de oportunidades para observação de pequenos pássaros, grandes aves, jacarés, pequenos répteis e outros animais como a capivara. Os sons, movimentos e cores de cada grupo convidam o visitante a parar, descer, ouvir, fotografar e se deliciar. O tráfego na estrada é quase inexistente – o que chega a ser surpreendente devido à facilidade de acesso – mas na capital são poucos os que costumam vir a este destino famoso internacionalmente. Junte estes fatores e uma viagem de poucos quilômetros passa a ser feita em horas (fiz 40km em 2 horas!)
Entrando nas fazendas, a aventura pode vir à tona – em caso de chuva, os caminhos Pantanal adentro podem reservar atolamentos, deslizamentos e muita lama, como eu vim a descobrir no retorno. Os passeios não variam para cada pousada, então escolhi uma que fosse mais longe, na esperança de que estar mais “para dentro” trouxesse contato com lugares mais preservados e com maiores surpresas. E a variedade vai se ampliando: tuiuiús, a temível piranha, gaviões, infinitas espécies de pássaros, macacos, e – com sorte, quem sabe – uma onça pintada.
O calor é forte e úmido, e no fim da tarde as nuvens carregadíssimas mostram ao que vieram e me lembram que é o fim do período da seca. Daqui para a frente as planícies tornar-se-ão cada vez mais alagadas, e enquanto eu luto nervosamente com a precária estrada de lama que insiste em fazer o carro patinar sem controle até a volta à Transpantaneira, já faço planos de voltar na próxima seca, para explorar por completo tudo que o Mato Grosso reserva.
Autor: Rafael Serpa
E-mail: [email protected]
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