A área correspondente ao Parque Estadual do Ibitipoca era considerada como terra devoluta e recebeu seu primeiro administrador em 1964. O Parque foi criado em 04/07/1973 através de Lei Estadual número 6.126, pelo Governo de Minas Gerais, que passou o domínio das terras, totalizando 1.488 hectares, ao Instituto Estadual de Florestas (IEF). Entre os anos de 1984 e 1987, foi fechado para visitação pública a fim de se implantarem equipamentos de infraestrutura. Hoje é considerado um dos mais bem equipados parques do Estado.
A capacidade do camping é para 50 barracas, mas o número de visitantes é muito grande devido à existência de campings, pousadas e casas de veraneio, no Arraial e redondezas. Devido à sua proximidade, o Arraial pode ser considerado uma extensão da infraestrutura turística do Parque, que dispõe de áreas de camping (com vestiários, banheiros, churrasqueiras, pias, mesas, lanchonete e estacionamento), trilhas que levam aos principais pontos turísticos e que recebem manutenção, Portaria, Centro de Informações e Educação Ambiental, Casas de Pesquisadores, Casas de Funcionários (administradores), Casa de Visitantes (ilustres), Centro de Manutenção (almoxarifado) e Pronto Socorro.
Existem 3 grandes roteiros no Parque, e cada um deles pode ser percorrido em um dia – o Circuito das Águas, a Janela do Céu e o Pico do Pião.
Para os que possuem mais disposição a volta completa é um desafio, seguindo-se da Prainha até ao Pico do Pião e dali à Lagoa Seca, continuando em direção à Cachoeirinha e Janela do Céu, com retorno ao Camping pela Lombada. O Circuito das Águas é que menos exige esforço físico e possui grande variedade de atrações, com quedas d’água e poços naturais. As trilhas são bem nítidas, embora a sinalização deixe a desejar em alguns trechos – é aconselhável caminhar com auxílio de guia local. Quando chegar ao Parque, não deixe de visitar o Centro de Informações e Educação Ambiental.
As visita ao parque pode ser feita diariamente, das 7h/18h; campistas podem entrar até às 20h e tem que ligar com antecedência para marcar.
ATENÇÃO: A partir de Novembro de 2000 a administração passou a restringir o acesso ao Parque. Somente é permitida a entrada de até 800 (oitocentos) visitantes por dia, incluindo a estimativa de 120 pessoas acampadas.
História do Parque
Os bandeirantes, vindos de São Paulo, na ânsia da busca do ouro pelos rios e solos da região, criaram o povoado de Conceição de Ibitipoca. O que consta na história é que o padre João de Faria Fialho, vigário de Taubaté, fincou bandeira no “Monte de Ebitipoca” em 1692, apesar de que na fachada da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, a data de construção, 1768, é tomada como um marco histórico.
A cidade foi considerada, durante um tempo, um dos mais importantes centros da capitania da Minas Gerais e, com o declínio do ciclo do ouro houve uma dispersão de seus habitantes.
A partir da década de 70, juntamente com a descoberta de seus pontos turísticos e ecossistema exuberante, a região passou por nova fase de prosperidade, incluindo até mesmo a vinda permanente de estudiosos e cientistas.
Em 1987, o parque, então totalmente estruturado, passou a receber turistas de todas as partes do país e exterior, concretizando sua vocação pelo turismo ecológico.
Aspecto Geológico
Segundo estudos, acredita-se que a região de Ibitipoca era banhada por um mar, há milhões e milhões de anos atrás. Isto explica a concentração de areia branca no local, sedimentada em arenito e posteriormente em quartzito.
O desenvolvimento mais acentuado da erosão, nos gnaisses das áreas adjacentes (compostas por morros, colinas e formas intermediárias), devido a menor resistência e maior resposta às forças exógenas, permitiu o realce topográfico da Serra, onde o controle estrutural predominou em relação ao intemperismo. Resultante dos dobramentos, formaram-se duas cristas anticlinais na área do Parque, sendo elas paralelas e correspondendo as áreas mais altas da localidade. Atingem 1784m de altitude no Morro da Lombada e, na crista paralela 1762m, no Pico do Pião.
Grutas
O relevo de declives abruptos, composto de quartzo, ou seja, uma rocha sujeita às fraturas e de alta porosidade sob a ação do lençol freático (proveniente das águas de chuva que infiltra sobre as camadas inferiores) sofre um processo de erosão, formando pequenas cavidades cilíndricas, onde a água corre e vai configurando-se uma cavidade maior, a gruta.
Um bom exemplo deste processo é a Gruta das Bromélias, com 2.750 metros de extensão, considerada a segunda maior caverna de formação quartzítica do Mundo.
Flora
Uma das características de Ibitipoca é a sua raridade de espécies encontradas em uma vegetação típica de campos de altitude com afloramentos rochosos e matas ciliares ao longo dos cursos d’água. Como exemplo podemos citar a boca-de-peixe, uma Gesneriaceae encontrada junto à Gruta da Cruz, o líquen Cladonia ibitipocae e o Anthocereus melaneus, espécie de cacto que apoia-se nas pedras e nos presenteia com uma flor branca de hábito noturno. Recentemente, duas novas bromélias foram descobertas, a Nidularium marigoi, já encontrada em outras regiões, e a Wittrockia ibitipocensis.
O parque também é considerado como a região mais importante do Hemisfério Sul para o estudo de líquens, e normalmente as árvores estão cobertas pela barba-de-velho.
Além desta espécie não é difícil encontrar bromélias, orquídeas, samambaias, quaresmeiras, candeias caracterizando-se por uma vegetação baixa, rica em canelas-de-ema, cactus e sempre-vivas.
Os observadores mais cuidadosos poderão encontrar, junto aos rios, exemplares exóticos da Drosera, uma planta “carnívora” que alimenta-se de insetos, e com paciência é possível acompanhar seu ritual de caça, quando ela estende suas longas folhas avermelhadas e cheias de espinhos, atrai o inseto e depois enrola sua folha, aprisionando-o, para enfim devorá-lo.
Fauna
Com certeza, quando falamos da fauna de Ibitipoca, logo destacamos o Lobo-guará, este mamífero em extinção é facilmente encontrado no parque quando chega a noite, rondando os acampamentos a procura de comida. Habitam também o parque as seriemas e o monocarvoeiro (o maior macaco das Américas), que convivem com onças pardas, jaguatiricas, porcos-do-mato, micos-estrela, sauás, barbados, macacos-prego, o guigó, o coati, o tapeti, a cuica-verdadeira, e a onça-parda, algumas destas ameaçadas de extinção.
Entre os anfíbios, destaca-se a perereca Hyla ibitipoca, levando o nome da serra por ter sido descoberta no parque, apesar de não ser espécie endêmica.
Cerca de 230 espécies de aves foram registradas nesta unidade de conservação e arredores, correspondendo a 29% do total de espécies já catalogadas em Minas Gerais. Entre estas são comuns o andorinhão-de-coleira-falha, o capitão-de-saíra, a maria-preta-de-garganta-vermelha, o chauá, o pavó e o papagaio-de-peito-roxo.
Recentemente, uma espécie com características de milhões de anos, que sobreviveu a mudanças climáticas, gelo e queimadas, foi encontrada acidentalmente. O Peripatus acacioci, um misto de inseto e minhoca, com pouco mais de 1,5 centímetro, possuindo tentáculos na cabeça e patas laterais, “esta descoberta tem a mesma importância de se encontrar um dinossauro vivo nos dias de hoje”, segundo seu descobridor.
Curiosidades
Águas – A cor da água, que vai do laranja ao vermelho, resultado da decomposição da matéria orgânica vegetal humificada, também responsável pela acidez dos rios, fornece um empecilho para a sobrevivência dos peixes.
Diversas nascentes brotam na Serra do Ibitipoca, divisora das bacias dos rios Grande e Paraíba do Sul. Em uma das encostas, nascem os ribeirões da Conceição, Bandeira e o córrego do Pilar, afluentes do Rio Doce. Em outras, vários córregos formam os rios do Salto e Vermelho, o primeiro pertencente à bacia do Paraíba do Sul e o último, à do Rio Grande.
História – Os negros também formaram quilombos na Serra de Ibitipoca. Acredita-se que escravos dos grandes engenhos de cana-de-açúcar buscavam proteção e liberdade nas sombrias cavernas. No início do século foram encontradas ruínas de um desses quilombos na Gruta do Fugitivo.
A primeira missa celebrada no Pico do Pião foi em 15 de Agosto de 1925, muito antes de sua construção.
Lendas dizem que o sino de bronze da capela se encontra perdido na mata abaixo do Paredão do Pico do Pião, um tal de Sr. Lino ficou a dar badaladas a noite inteira até que ele rolou paredão abaixo.
Em Conceição do Ibitipoca quem é testemunha do fato é o Sr. Zuzú, nascido em 1911 que participou da construção da capela.
Geologia – Não se pode precisar com exatidão a idade das grutas. Invariavelmente posteriores as formações rochosas, enquanto estas, na região sul de Minas Gerais, têm cerca de 1,7 a 1,1 bilhão de anos, as grutas não ultrapassam os 11 mil anos.
Por ser uma rocha bastante resistente, os quartzitos da Serra do Ibitipoca acabaram por ter um destaque na paisagem, assumindo uma forma de ferradura. Esta feição é responsável pelo mito de que Ibitipoca seria a boca de um vulcão extinto.
Descoberta – O professor de Zoologia do Departamento da UFJF descobriu o Peripatus acacioci, um misto de inseto e minhoca, com pouco mais de 1,5 centímetro, possuindo tentáculos na cabeça e patas laterais, “esta descoberta tem a mesma importância de se encontrar um dinossauro vivo nos dias de hoje”, segundo seu descobridor.
Parque Estadual de Ibitipoca
Caixa Postal, 17
Lima Duarte/MG – 36.140-000
Telefax: (032) 281-1101 / 281-8126
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Qual o nome do lugar da foto de capa da matéria, por favor? Estou indo a Ibitipoca e não quero deixar de ir lá!