Perrengue entre amigos na Chapada Diamantina

Chegamos a Lençóis no sábado às 10:00, ficamos em uma pousada muito boa (R$40) e logo saímos para achar um guia para nos levar às cachoeiras, passamos por várias lojas e percebemos que todas nos encaminhavam para os Nativos da Chapada. Chegando lá fomos avisados que só haveria atividades no Poço do Diabo com uma rapel de 20m além de uma tirolesa, que não era o que pretendíamos fazer. Então contratamos um guia que se dizia conhecedor dos locais e fomos fazer as atividades.

Saímos às 13:00 para a Gruta do Lapão com uma caminhada leve de aproximadamente 1,30hs com paradas maravilhosas em riachos de águas limpas e geladas. Chegando ao topo da Gruta tínhamos duas opções, ou fazer na “Boca” ou em uma fenda de 1,5m2. Preferimos fazer na fenda pois havia uns spits já prontos e a altura era maior do que a “boca”da Gruta.

Montamos o Rapel com a corda de 100m, sendo que a altura até o solo era uns 45m e havia um grande desafio, a abordagem, pois era um buraco e a base da ancoragem era do lado posterior de onde você sentava, além de ser mais baixo que sua cadeirinha dificultando muito o ajuste do equipamento. Mas todos foram muito bem e a adrenalina foi grande, pois você tinha de ficar apoiado pelas duas mãos enquanto o segurança travava o equipamento até você descer até o ponto abaixo da ancoragem.O visual dentro da gruta é muito bonito, com várias formações rochosas e com uma altura significativa.

Retornamos para a pousada e após uma belo banho quente fomos comer uma bela Picanha e Carne do Sol, acompanhado de uma belo Vinho do Porto.

No Domingo não sabíamos a aventura seria tão radical, fomos para a Cachoeira do Sossego, fizemos uma caminhada de 4,6 Km onde 2km foi em um leito de um rio antigo, exigindo perícia, pois o caminho era 100% de pedras enormes e você tinha de ficar saltando, e com as mochilas é sempre mais difícil.

Chegamos finalmente a Cachoeira do Sossego, muito bonita e com a água extremamente gelada. Fomos surpreendidos com a orientação do guia “Sobem por ali, é meio perigoso, por dinheiro nenhum do mundo eu subo ali”. E agora? O que fazemos?

Tínhamos que realmente escalar uma parede de 35m de pedra molhada para chegar ao topo da cachoeira e justificar às 8 horas de caminhadas que enfrentaríamos naquele dia, então fizemos o seguinte: Junior foi na frente com a corda amarrada nas costas para montar um Top Rope, depois de quase 10 minutos de escalada conseguiu chegar ao topo ancorar a corda, mas esta só daria segurança nos últimos 4ms e assim Cláudio Marcio foi devagar e chegou ao topo. Em seguida Marlon que foi por uma via diferente dos anteriores e ficou “travado”, tendo assim de voltar um pouco e ir pela via dos anteriores (isso não é muito fácil quando se estar a 12m do chão) mas depois de quase 15 minutos conseguiu chegar ao topo.

E a grande surpresa, não tinha a árvore para ancoragem que o guia havia dito, e agora? Fizemos a ancoragem em uma pedra e tivemos um problema: E para tirar a corda? A idéia inicial era de mandar o guia subir para tirar, ele pulou fora, então Marlon desceria de cordada dupla por último, porém teríamos de perder a fita de 10m e um anel de abandono, assim ficaríamos impossibilitados de fazer qualquer atividade na segunda feira, além de ter de desembolsar R$ 60,00 para comprar outra fita para o grupo.

Então após a descida de Cláudio, Júnior ascendeu pela corda, Marlon desceu a cachoeira e então Junior retirou a corda e desceu rapelando pela árvore lateral usada anteriormente para montar o tope rope.

A cachoeira tinha um volume de água muito forte e sua descida foi muito legal, pois após você entrar no turbilhão, você cai em uma caverna que havia atrás do veio dágua.

Realmente esta aventura foi extremamente radical, exigindo destreza dos participantes e muita coragem, pois Realmente foi um grande desafio, e conseguimos vencer.

Autor: Marlon Porto.
E-mail: marlonporto@e-net.com.br
Cidade/UF: Lençóis – Chapada Diamantina – BA

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