Roteiro de 8 dias em Noronha para casais, por Rodrigo Netto

Fernando de Noronha para casais, por Rodrigo Netto





O grupo Dicas de Noronha no Facebook é maravilhoso! Me ajudou muito. Então vou tentar retribuir colocando aqui meu roteiro de 8 dias em Noronha para casais. Com certeza ficará longo, mas eram desses que eu mais gostava quando estava pesquisando.

Fiquei na Pousada da Tia Zeti. Ela fica na BR, perto do Bosque Flamboyant. A maior concentração de restaurantes e comércio fica ao longo desse Bosque. Dele até a praia do Cachorro é uma senhora ladeira, e conforme se vai descendo o movimento de bares/rest. vai diminuindo. Aconselho ficar do meio pra cima.

Dia 1 (sexta) – Chegada triunfal (lado esquerdo)

As malas demoraram tanto que não vi vantagem em pagar a taxa antes, a não ser por se livrar de preencher o formulário. Achei mais vantagem pagar na hora e usar o cartão de crédito.

Como ainda era cedo (14h) esperei com paciência de Jó o transfer Costa Blue agrupar todos no ônibus, dar uma voltinha até o Sueste (só pra oferecer os produtos enquanto isso), depois deixar cada um em sua respectiva pousada. Quem estiver nos voos do final do dia melhor dispensar e pegar um táxi (uns R$25).

Malas guardadas na pousada e corri pro Forte pra ver o pôr do sol. Tava um pouco nublado, mas já deu pra sentir a imponência daquela vista pras praias urbanas e pro porto.

Peguei minha carteirinha de acesso ao parque no quiosque que fica no Bosque Flamboyant e dei uma geral pra conhecer melhor o lugar. Parei no Empório São Miguel. Lá tem bons petiscos e o sorvete de que eu mais gostei. Voltei outras duas vezes.

Dia 2 (sáb) – As praias do Parque Nacional

Táxi até o PIC do Sancho (R$31). Pelas pesquisas já sabia que a trilha ideal é começar pela Baía dos Golfinhos, passar pelo Sancho e finalizar na Baía dos Porcos. Tanto pra se ter uma beleza crescente, qto pelo esforço menor (a trilha pelo Golfinhos é bem mais longa, melhor fazer descendo que subindo). Mas e a ansiedade? Depois de anos sonhando com este lugar e estar tão perto… Lógico que eu corri pra dupla Sancho/Porcos. E que vista. Por mais que já tivesse visto milhões de fotos, mesmo assim é impactante. Ficaria horas sentado numa pedra olhando pra Baía dos Porcos. Simplesmente MARAVILHOSA!!!

Após inúmeras fotos (explore bem o lugar, têm vários ângulos legais), voltei pro Sancho e desci a escada (apertada mas tranquila). Snorkel. Havia tido um swell nos dias anteriores e o canto direito estava com ondulação, o que atrapalhou um pouco. Fui pra laje do meio: show!!! Azul cristalino.

Voltei pela trilha dos Golfinhos até o PIC. O plano era ligar pro restaurante Du Mar. Eles ficam no Boldró, mas te pegam e te deixam em qualquer lugar. Só que… o carro tava quebrado nesse dia. Plano B: carona. Consegui uma até a BR e fui andando até o Du Mar (uns 25 minutos).

Depois do almoço fui até o mirante do Boldró. Achava que dava pra ir pro Fortinho por lá. Ledo engano (só na maré baixa). Por sorte um surfista ia pra lá pra conferir as ondas e me deu carona. Cheguei a tempo de pegar um ótimo lugar e assistir ao pôr do sol mais clássico de Noronha. Na volta outra carona até a porta da pousada. Os nativos adoram dar carona, os que alugam bugue nem tanto. Compreensível.

Finalizei o dia com uma tapioca na Babalu. Boa, mas esperava mais pelo tanto que elogiaram por aqui. De qualquer forma, o preço é bom: R$10,00.

Dia 3 (dom) – Praias do Porto e Conceição

Fui pro Porto fazer snorkel. A água não estava muito cristalina (ainda pelo swell). Mas vi minha primeira tartaruga, além de lagosta e vários peixinhos. Rumei em busca do naufrágio. Foi mais difícil achar do que pensava. Ele fica no lado direito da praia, um pouco depois de onde saem os barcos de passeio. Aliás, é preciso ficar atento pq toda hora aparece um grupo de planasub quase por cima de vc.

Mas qdo se acha o naufrágio é show. Aquela enorme “carcaça” de navio bem debaixo de vc. O melhor lugar é uma espécie de tubo onde tem mta vida marinha. Queria arriscar uma apneia por dentro dele mas resolvi não tentar. A tendência à flutuação é gnd, é preciso mto esforço. Fiquei com medo do fôlego não dar.

Na maré seca forma-se uma piscina natural bem legal à esquerda da praia. A partir do Porto têm vários lugares pra se visitar: enseada Caieiras, museu dos tubarões, Buraco da Raquel, Igrejinha, Air France, Enseada dos tubarões (na maré cheia eles aparecem).

No Porto peguei um ônibus até o Bosque. Têm três opções de quilo por lá: Flamboyant, Empório S.Miguel e JC/Ousadia. Comparei as comidas e gostei mais do Flamboyant.

Fim de tarde na praia da Conceição. Fiquei maluco pq tinham umas ondinhas e eu não levei prancha. Aliviei a fissura pegando jacaré, com o devido cuidado pra não pisar nas inúmeras raias que tb nadavam por lá.

O pôr do sol foi no Bar do Meio. Lugar alto astral, mas caro. Paguei R$25 num mojito mto ruim. Só bebi mesmo por causa dos R$25 rs. À noite fiz um lanche no Empório (hambúrguer com fritas – recomendo).

Dia 4 (seg) – Trilha Curta do Atalaia, Cachorro e Sueste

Antes de embarcar, ouvi que tava mto difícil agendar a trilha da Atalaia. Então apelei pra Claudia Borges, colega do grupo Dicas de Noronha, que estava na ilha. E ela teve a enorme gentileza de agendar pra mim mesmo sem me conhecer pessoalmente. O chato foi que pra ela mesma já não tinha datas. Bem, Claudia, se serve de consolo, não achei nada demais. É mto raso e nem tinha tanta vida marinha qdo eu fui. Só peixinhos e um filhote de polvo.

De lá rumei pra Praia do Cachorro ainda a tempo de pegar a piscina Buraco do Galego (na maré cheia o acesso fica complicado). Mto legal, rende boas fotos e dá pra se divertir pulando nela das pedras.

Almoço: eu me levo mto pelo visual/ambiente do lugar. Parei pra comer no Bar do Cachorro pq tem uma linda vista. Mas não gostei da comida não. A isca de peixe veio mto gordurosa e sem sabor.

Findo o rango, subi até o forte pq o dia estava lindo e a vista de lá é maravilhosa. Após algumas fotos, peguei o ônibus pro Sueste, onde ia ter captura intencional de tartaruga. Fiz um snorkelling no canto direito da praia (melhor lugar). Vi duas tartarugas enormes juntas, mas a água estava um pouco turva. A gravação ficou ruim.

Aluguei um bugue na minha pousada e finalizei a noite no Varanda. Caro como qualquer lugar bom de Noronha, mas vale mto a pena. Ele fica na Vila dos 30. O gratinado de frutos do mar é realmente mto bom. O pastel de camarão delicioso. E tem ótimo ambiente e atendimento. Separe uma grana e não deixe de ir.

Dia 5 (terça) – Tour com Bugue alugado

Ficaria com o bugue até o fim da tarde, então reservei pra esse dia as praias de acesso mais difícil. Comecei com a Cacimba do Padre, a estrada até ela é péssima. No canto esquerdo peguei a trilha pra Baía dos Porcos. A ideia era fazer snorkel, mas chegou outro swell e o mar tava batendo mto forte nas pedras. O jeito foi curtir a linda piscininha de lá (obs: é proibido mergulhar).

Dica: nessa trilha porcos-cacimba avance um pouco pelas pedras em direção ao Dois Irmãos. É uma delícia ficar lá sentado de boa só contemplando o visual. Se tiver acompanhado então… super romântico.

Depois caminhei da Cacimba até a pedra do Bode. Ótimas fotos lá de cima. Em seguida fomos conhecer a Praia do Leão, Ponta das Caracas e um mirante que dá pra baía do Sueste. Todos com boas vistas.

Almoço no Corveta: bonitinho mas ordinário (prato do dia era 80% arroz e só 20% de camarão). De tarde rolou a sessão de fotos com o gente boníssima Milton Mello. Ele deixou eu e minha namorada bem à vontade, sempre querendo ouvir nossas opiniões e sugestões. O ensaio começou no mirante dos Porcos e finalizou na Praia do Bode, pra pegar o pôr do sol, mas uma nuvem tirou o brilho alaranjado que pretendíamos. De qualquer forma, o resultado geral agradou muito. Um bom registro pra se guardar de recordação.

Jantar: fui até a pizzaria Na Moita. Um pouco distante, mas mto bonita. Clima romântico, à luz de velas. Só que a pizza é de 8 fatias e eu não queria me entupir de massa. Voltei tudo e parei no Sabor Noronha, tb 8 fatias, mas que acabou fazendo meia. Tava uma delícia, e o preço foi mesmo metade (e não 70%, 80%). Fiquei um tempo na entrada do Ginga curtindo a música (terça tem pop/rock) e fui dormir.

Dia 6 (quarta) – Passeio de barco

Passeio de barco frustrante: não vi golfinhos. Fui só pra isso. Valeu apenas pelo mergulho no Sancho. Repeti o “itinerário Porto”: snorkel, naufrágio, piscina natural, museu, buraco, enseada, igreja…

Almoço no Mergulhão: Vista sensacional, comida bem elaborada e mto gostosa. Não dá vontade de ir embora. Os garçons tiveram que me expulsar. Finalizei o dia no Ginga com escondidinho de camarão.

Dia 7 (quinta) – Batismo de cilindro com Águas Claras

Pessoal de lá mto gente boa e super profissional. Eles não desgrudam de vc um segundo. O mergulho foi na Ilha da Rata, deu pra ver barracuda, tartaruga, peixes maiores, cardumes numerosos… O único senão foi que fiz dois mergulhos e disseram que seriam em lugares diferente, mas foram no mesmo ponto. Tb não gostei de nenhuma foto, mas posso ter dado azar nisso. Comprei a menos pior, só mesmo pra ter um registro (R$35).

Seria meu último pôr dos sol em Noronha. Parti pro Bode e fechei com chave de ouro. Tava lindo!!!

Jantar no Zé Maria. Minha namorada queria de qualquer jeito “ganhar” o tal prato brinde. Pedindo um prato específico (o da Boa lembrança – R$89), vc “ganha” um prato estilizado. Uma boa lembrança mesmo. Vale pq o restaurante tem ambiente bem agradável e a comida excelente.

Dia 8 (sexta) – Despedida!

Último dia. Lógico que tinha que ir me despedir do Sancho e da Baía dos Porcos. Fui de táxi. Tirei vários fotos, fiz meu melhor mergulho de todos (os vídeos que postei no grupo Dicas de Noronha com a tartaruga e a moreia são desse dia). A visibilidade estava ótima. Foi show… Difícil foi subir aquelas escadas e deixar tudo pra trás…

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Mais dicas do Rodrigão

  • Tinha mta coisa pra falar, mas o texto já tava enorme. Duas coisas que esqueci: tem dois mercadinhos o Breakfast no final do Bosque Flamboyant (descendo) e outro na rua do Xica da Silva que vendem água de 1,5 a R$5 e cerveja gelada a partir de R$5 (long neck). E quem puder, leve ou alugue guarda sol. Ajuda bastante. Eu levei um velhinho e acabei doando pra pousada.
  • Essa é pra quem vai por Recife. A vista do avião (lado esquerdo) tb é arrebatadora. Assim que ele decola ele inclina para a esquerda e se tem um visual incrível da Boa Viagem. O sol refletindo no mar, os corais à mostra… Show. Até meu cel ligar já tinha perdido esse ângulo inclinado. Então fica a dica.
  • No Forte N.S. Remédios a melhor vista não é do topo, mas sim na extremidade próxima à praia do Cachorro. Atravesse o pátio, suba uma rampinha de pedras e vá até essa extremidade.
  • O garçom do Museu dos Tubarões disse que em breve não servirão mais o bolinho. Parece que está tendo pressão ambiental. Então, aproveite enquanto ainda tem. Não achei mto diferente do de bacalhau. Fui mais pela curiosidade. Se vc tb tem curiosidade, não deixe pra outra oportunidade.

Só uma certeza: um dia eu volto!

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Mauricio Oliveira: Maurício Oliveira é social media expert, consultor e influenciador de turismo e empreendedor. CEO do portal Trilhas e Aventuras, também conta suas experiências de viagens pessoais no blog Viagens Possíveis. Especialista em Expedições na Rota das Emoções e Lençóis Maranhenses. Ama o que faz no seu trabalho e nas horas vagas também gosta de viajar. Siga no Instagram, curta no Facebook, assista no Youtube.
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