O mal da montanha é uma doença grave causada pela altitude, que pode levar rapidamente à morte; no mínimo, faz-nos passar um mau bocado. No Nepal, reino por excelência dos trekkings de todos os gêneros, declara-se em cerca de 58% dos que praticam esta atividade. Só ataca depois dos 3.000 metros, e não há nada que nos faça prever a sua aparição: quem é grande desportista e habitué das montanhas está tão à mercê deste mal como o turista comum. Para piorar, o fato de não se sentir mal da primeira vez, não quer dizer que assim seja da próxima. Felizmente, a cura é fácil: basta descer – às vezes cem ou duzentos metros – e os sintomas desaparecem.
Os maiores problemas aparecem nas viagens organizadas, onde ocorreram, nos últimos dez anos, 80% das mortes causadas pelo mal da montanha: a vergonha de desistir ou de atrasar o grupo leva muitas vezes a um ritmo forçado, e a frustração de não completar o trekking faz com que se desculpe uma dor de cabeça ou as náuseas com a mudança de hábitos alimentares, ou com uma constipação. As últimas consequências são o coma e a morte, por edema pulmonar ou cerebral, e os médicos previnem: em caso de dúvida, assuma que se trata desta doença e pare, no mínimo, 24 horas; caso os incômodos desapareçam pode continuar a subir, sempre com paradas de aclimatação.
As regras principais são: subir lentamente (cerca de 300 metros por dia), dormir mais baixo que a altitude máxima a que passou, conhecer os sintomas e, sobretudo, não os ignorar.
Não é fator de proteção:
• ter treino em trekking;
• ter experiências anteriores em altitude;
• não ser fumante;
• estar em boa forma;
• estar há mais de 24 horas em altitude (pode surgir após dias de permanência em altitude).
É fator de risco:
• Altitude igual ou superior a 3.000 metros;
• subida rápida (mais de 600 metros num dia);
• atividades cansativas;
• experiência anterior com Mal da Montanha;
• obesidade masculina;
• falta de paradas de aclimatação;
• uso de sedativos ou comprimidos para dormir.
São sinais de uma aclimatação normal do corpo à altitude:
• sono mais leve;
• respiração acelerada;
• caminhar muito devagar;
• aumento da excreção de urina.
Primeiros sintomas (podem aparecer em bloco ou um de cada vez):
• dores de cabeça que não passam;
• insônias;
• falta de apetite;
• tosse seca;
• diminuição da excreção de urina;
• falta de fôlego, mesmo em descanso.
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