São Miguel das Missões, distante aproximadamente 475Km de Porto Alegre e 200Km da fronteira com a Argentina, é uma das cidades que integram os famosos Sete Povos das Missões e também uma das gratas surpresas por abrigar as ruínas de um dos mais importantes patrimônios históricos da humanidade, no Rio Grande do Sul.
Principais atrações de São Miguel das Missões
Pórtico da Cidade
Logo na entrada da cidade os turistas se deparam com um imponente Pórtico, o qual homenageia todos os Missioneiros e possui esculturas que representam São Miguel Arcanjo, o Padre Jesuíta Cristóvão de Mendonza e o Índio Guerreiro Sepé Tiarajú.
Nele está escrita a famosa frase em guarani dita por Sepé durante a Guerra Guaranítica: “Co Yvy Oguereco Yara”, ou seja, “Esta Terra Tem Dono”, direcionando o visitante a um passeio repleto de conhecimento e belezas únicas.
Sítio Arqueológico São Miguel Arcanjo
Uma das maiores heranças dos povos jesuítas (século XVII) e consideradas como um dos monumentos históricos mais importantes do país, as ruínas de São Miguel foram tombadas pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade, abrigando parte do que restou da antiga Redução Jesuítica dos Guaranis e o Museu das Missões, temporariamente destruído pelo tornado que atingiu a cidade no mês de Abril/2016 (com retorno previsto para Abril/2017).
Chegando ao local os visitantes têm a possibilidade de analisar uma maquete com a estrutura da época e são convidados a assistir um vídeo (onde antigamente era a antiga sacristia) que explica a história do local o que, em nossa opinião, é de grande importância caso o turista não esteja acompanhado de um guia, o que facilitará sua compreensão sobre cada detalhe do vilarejo (e são muitos!).
Acompanhados de uma guia particular aprofundamos nosso conhecimento sobre o local e, para você que está organizando um passeio para a região, deixamos aqui um pouco da história dos Sete Povos das Missões, principalmente de um deles: São Miguel.
Em 1687 jesuítas e indígenas deram início ao povoado denominado de São Miguel Arcanjo, sendo que em 1750 o local abrigava aproximadamente 6.900 pessoas, sendo sua estrutura formada pela igreja, casa dos padres, casa das viúvas, cemitério, casa dos índios, oficinas, adega, quinta, colégio, plantações, etc..
Após as guerras guaraníticas e a influência do tempo as ruínas da igreja são as únicas lembranças vivas da época. De inspiração barroca e projetada pelo arquiteto italiano Gian Batista Primoli, sua construção em pedra arenito durou dez anos (iniciando em 1735), somente não sendo completada a torre ao lado direito, contando com mais de cem operários guaranis.
Imponente e repleta de detalhes, a catedral conta hoje com onze dos doze pilares que, unidos, formavam arcos e homenageavam os doze apóstolos, mantendo sua decoração com afrescos e esculturas de madeira policromadas (expostas no museu).
As chamadas reduções Jesuítico-Guaranis foram criadas entre os séculos XVII e XVIII pela Companhia de Jesus, por ordem da Coroa Espanhola, sendo instaladas no Paraguai, Argentina, Uruguai e Brasil, e tinham como objetivo a evangelização dos povos nativos, além de apoiar a conquista de áreas disputadas por Portugal e Espanha.
Sua população alcançava, em média, sete mil habitantes, os quais trabalhavam na agricultura, cuidavam do gado missioneiro e cultivavam a era-mate, tudo isso de forma harmônica e organizada. Porém, toda essa organização chegou ao fim com a Guerra Guaranítica (ocasionada pela revolta dos índios contra o Tratado de Madri em 1750 e pela expulsão dos jesuítas em 1767).
Durante a época colonial portugueses e espanhóis disputavam áreas de influências para a prática de seus objetivos políticos ou religiosos, sem contar com a grande disputa entre padres e latifundiários, uma vez que aqueles buscavam uma vida de fé e trabalho humano e estes simplesmente queriam transformar os índios em escravos.
Assim, pelo fato do catolicismo estar presente no processo de colonização do Brasil e também diante do trabalho de catequização dos índios pelos jesuítas, a criação das missões foi um objetivo audacioso em busca da conversão dos nativos ao catolicismo.
Conforme informações do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), “três das sete antigas reduções localizadas no Brasil tiveram seus vestígios encobertos pelas cidades de Santo Ângelo, São Luiz Gonzaga e São Borja. Quatro apresentam remanescentes protegidos como patrimônio histórico e artístico nacional: São João Batista, São Lourenço Mártir, São Nicolau e São Miguel Arcanjo”, formando, assim, os famosos Sete Povos das Missões.
Horário de Visitação no Sitio Arqueológico São Miguel Arcanjo: das 9hs ás 12hs e das 14hs às 18hs, de terça-feira a Domingo.
Durante o horário de verão: das 9hs às 12hs e das 14hs às 20hs, de terça-feira a domingo.
Espetáculo Som e Luz
Uma das atrações imperdíveis da região e, talvez, aquela em que o visitante pode se permitir às mais variadas sensações, o espetáculo com duração de 50 minutos conta a história do povo indígena, da participação da igreja e das guerrilhas nas vozes de artistas renomados como Lima Duarte, Juca de Oliveira, Fernanda Montenegro, entre outros.
Como o próprio nome diz, o espetáculo possui somente narração e luzes que dão Vida à história, de forma colorida e delicada, surpreendendo os visitantes com tamanha singeleza e perfeição.
Horários de Funcionamento: Durante o Horário de verão: início às 21h30min; Nos meses de Fevereiro, Março, Abril, Maio, Junho, Julho, Agosto, Setembro e Outubro: início às 20hs; Valor do ingresso por pessoa: Estudantes e pessoas com mais 60 anos – R$ 7,00. Público em geral: R$ 15,00;
Espetáculo Som e Luz em Espanhol: terça-feira, quinta-feira e sábado. Durante o Horário de verão: início às 22h30min. Fevereiro, Março, Abril, Setembro e Outubro: início às 21h. Maio, Junho, Julho e Agosto: início às 19h.
Espetáculo Som e Luz em Inglês: quarta-feira, sexta-feira e domingo. Durante o Horário de verão: início às 22h30min. Fevereiro, Março, Abril, Setembro e Outubro: início às 21h. Maio, Junho, Julho e Agosto: início às 19h.
Dica: chegar cedo para conseguir lugar e, se a temperatura estiver baixa, agasalhar-se bem, pois o evento é a céu aberto.
Fonte Missioneira
A Fonte Missioneira, distante 1Km do Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo, foi descoberta no ano de 1982 quando a municipalidade deu início à revitalização da área onde está localizada, fazendo com que o trabalho fosse suspenso com o objetivo de manter a história e o local protegidos.
Servindo de fonte para uso e abastecimento da comunidade guarani há mais de 300 anos e construída em pedra grês, era uma das seis fontes que abasteciam a região à época, havendo vestígios de que o local também servia de lazer aos índios.
A visitação é gratuita e os horários para visitas são das 9 às 12hrs e das 14 às 18hrs.
Ponto de Memória Missioneira
Conhecido como um dos principais pontos turísticos da região, o Ponto de Memória Missioneira abriga mais de 300 peças, objetos e documentos que relatam a história da região durante os séculos, especialmente da comunidade Mbya-Guarani e dos Sete Povos das Missões Orientais.
Além do contato com tais obras os turistas têm a oportunidade de conhecer o Ritual da Erva Mate através de uma cerimônia realizada pelo cacique Mariano Aguirre.
Maiores informações para visitação poderão ser adquiridas junto à Secretaria de Turismo ou hoteis da região. Endereço: Quadra 36, lote 14, na Rua Arnoldo Daher Boays, 514, em São Miguel das Missões, próximo ao Sítio Arqueológico São Miguel Arcanjo.
Aldeia Guarani
Muito embora não tenhamos visitado, a aldeia é um dos principais pontos turísticos, pois foi nessa região que no ano de 1626 os padres da Companhia de Jesus, Roque Gonzales e Afonso Rodrigues contataram pela primeira vez com esta civilização buscando catequizar os nativos.
A união entre os padres jesuítas e os índios guaranis se desenvolveu até a assinatura do Tratado de Madrid, quando iniciaram as guerras guaraníticas que dizimaram e espalharam os guaranis pelo território.
Por volta do ano de 1990 os descendentes dos índios retornaram à região e construíram a Aldeia Tekoa Koenju, onde continuam produzindo seus alimentos e confeccionando artesanatos que são vendidos, inclusive, em frente às ruínas do Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo.
A visita é permitida mediante agendamento prévio junto aos hoteis e secretaria de turismo local, e o valor por carro é de R$ 30,00 (trinta reais).
Catedral Angelopolitana
Distante 58Km de São Miguel das Missões, mais precisamente na cidade de Santo Ângelo/RS, foi construída a Catedral Angelopolitana, com capacidade para 800 pessoas, sendo a terceira já construída no mesmo local e sempre mantendo a riqueza de detalhes em suas pinturas, afrescos, vitrais e ornamentos.
Nela existem também 12 lamparinas que nunca se apagam, as quais representam os 12 apóstolos, tal qual as doze colunas da catedral construída onde hoje é o Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo.
Segundo informações o local é uma réplica do templo de São Miguel, construída no ano de 1929, sobre as ruínas da Igreja da redução Santo Ângelo Custódio, destruída durante a Guerra Guaranítica.
Onde ficar em São Miguel das Missões
Ao organizarmos a nossa viagem e roteiro para São Miguel das Missões estudamos a região e procuramos as melhores opções no ramo hoteleiro para a nossa hospedagem e, muito embora a cidade não apresente infraestrutura que potencialize o turismo local (o que é uma pena, diga-se de passagem), firmamos parceria com o Tenondé Park Hotel que é um empreendimento na área de hotelaria que preza pelo contato direto de seus hóspedes com a cultura e história locais, fazendo com que a visita se torne aconchegante e memorável.
Situado na área em que antigamente fazia parte do complexo de residências, escola, casa das viúvas, administração e igreja, atualmente a 500 metros das ruínas, principal ponto turístico da cidade, somado ao fato de possuir em sua arquitetura a característica principal no estilo arquitetônico Barroco Missioneiro, com varandas em formato de arcos que retomam o estilo das casas da antiga São Miguel Arcanjo, o hotel repassa a incrível sensação de contato direto com a energia e cultura da região.
Fomos recepcionados de forma carinhosa e ímpar, além de comprovarmos o que realmente o Tenondé Park Hotel oferece em suas mídias sociais: quartos confortáveis e suítes requintadas, áreas de lazer externa e interna para todas as idades (incluindo sala de jogos, cinema, quadra de esportes, brinquedos, piscina com estrutura completa de bar e descanso, redes para descanso, passeios a cavalo, entre outras atividades) e bistrô/restaurante com refeições deliciosas e servidas em Buffet num ambiente amplo e equipado com lareira e som ambiente.
Buscando valorizar a tradição local o hotel busca aproximar seus clientes da cultura guarani decorando seus ambientes com artigos feitos à mão por índios que residem na cidade, bem como denominando suas alas com nomes típicos como Cairú (mata escura), Kuaray (luz do sol), Jacy (lua), Arasy (aurora), sendo que os quartos de cada ala possuem a pintura do teto de acordo com o nome indicado.
Além de ter forte atuação no ramo de hotelaria da região, o Tenondé Park Hotel possui capacidade para a realização de palestras, conferências e até mesmo cerimônias de casamento com profissionais dispostos a um atendimento único e acessível a todos os públicos, sendo a hospitalidade e simpatia de seus proprietários e funcionários uma das impressões mais fortes que pudemos comprovar durante nossa estadia.
Enfim, a sensação de poder ver com os nossos próprios olhos tudo aquilo que os livros de história nos contam é impagável e se você estiver pela região não deixe de conhecer um pouco desse local que embeleza tanto a cultura gaúcha.
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Ruinas das Missões
Muito bom o local, muito bem cuidado. Um ponto negativo é o porteiro, que no dia que eu fui com a família, ficava acelerando todos para entrarem rápido, sendo que tinha um cadeirante. O porteiro ficava ameaçando o tempo todo que ia apagar as luzes e ainda faltava uns vinte minutos. Talvez fosse somente aquele dia que o funcionário não estava bem. Mas o restante estava muito bom. Recomendo a todos.
Caramba, pode ter sido um dia atípico pra ele agir dessa forma mesmo. Obrigado pelo seu depoimento. 😉
Gostaria de saber, nós meses de novembro e dezembro não está aberto a visitação? Queríamos ir no feriado de 15 de novembro.