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Corda Estática: Pela definição técnica americana, uma corda estática deve ter o coeficiente elástico passivo (carga de 90 kg) de menos de 2% e apresentar um baixo coeficiente de deformação até muito próximo da carga de ruptura. A especificação de carga obviamente varia de acordo com o diâmetro do material em questão. Para se ter um parâmetro comparativo, uma corda de escalada com 11 mm de diâmetro possui a elongação passiva da ordem de 7,5% e a deformação máxima próxima da carga da ruptura supera 30%.
Note-se que o parâmetro elástico não consegue por si só definir a corda estática e mesmo aquelas que são virtualmente estáticas podem não possuir a aprovação de um órgão oficial, por exemplo a NFPA (National Fire Protection Association – EEUU).
No Brasil a maioria das pessoas chamam as cordas não dinâmicas de estáticas. Nós defendemos a tese de que apenas as cordas com características definidas tecnicamente como estáticas devem assim ser chamadas. As que não se enquadram nessa categoria devem ser chamadas de cordas de baixa elasticidade, principalmente para evitar confusões e o mau uso.
Cordas estáticas são especialmente úteis em situações em que a elasticidade (efeito iô-iô) é perigosa e são recomendadas para todas as situações em que o risco de impacto não existe.
Exemplos de uso: Espeleologia (uso genérico), rapel, resgate, operações táticas e segurança industrial.
Corda de Impacto: Em certas situações de segurança industrial e mesmo em resgate, existem operações com possibilidade do sistema sofrer impacto. Na área industrial é comum o emprego de corda estática em conjunto com lanyards (amortecedor passivo de choque) em operações que podem envolver carga de choque.
Os amortecedores de choque não são recomendáveis para sistemas tradicionais de resgate como içagem e tirolesas mas podem ser úteis para alguns sistemas específicos para minimizar o choque – tanto no pessoal quanto na ancoragem.
A corda de impacto difere da estática por possuir o coeficiente elástico mais progressivo podendo sofrer elongação superior a 20% próximo à carga de ruptura. A PMI está na fase final do desenvolvimento da Corda de Impacto (um projeto 100% novo) que deverá estar no mercado no segundo semestre de 97. Atenção: A corda de impacto é corda de impacto. Ela não é dinâmica e muito menos estática.
Exemplos de Uso: Resgate, operações táticas e segurança industrial quando existe a possibilidade de impacto.
Personal Escape Rope: É uma categoria de corda que deve ser estática, mas que pode ter diâmetro reduzido. A PMI fabrica PE Ropes de 7,5 e 8mm de diâmetro aprovadas pela NFPA.
PE Ropes são utilizadas como material de uso pessoal para fuga pessoal de um usuário treinado, por exemplo de um prédio em casos de incêndio. O freio/descensor para estas cordas são os PED (Personal Escape Descender) e não são aprovados para uso tático.
Corda Vs. Cordelete: Uma corda pode ter o comportamento de uma corda estática (menos de 2% de elasticidade, blá, blá, blá…) mas não estar de acordo com todas as características técnicas. Essas cordas (geralmente com 7 a 9mm de diâmetro), juntamente com as de diâmetro menor são genericamente chamadas de cordeletes (accessory cords).
Os cordeletes com diâmetro entre 8 e 9mm normalmente são empregados com função estrutural, como bloqueamento de uma corda em operações de resgate ou tática. Em certos casos emprega-se também cordeletes finos, normalmente de 5,5mm, com alma de kevlar, spectra ou mistura destas fibras para o bloqueamento.
Os materiais com diâmetros intermediários (5 a 6mm) são largamente utilizadas para segurança pessoal, se bem que fitas de nylon e spectra fechadas com costura têm avançado muito nesse campo.
Os cordeletes mais finos devem ser empregados apenas como acessório para prender equipamentos, fazer a fixação da barraca etc. Não se recomenda o uso de materiais desta categoria para confiar a segurança pessoal.
Características, Parâmetros Técnicos e Cuidados
FLEXIBILIDADE
Se você está buscando uma corda de fácil manuseio, talvez fique tentado a comprar a corda mais macia que encontrar no mercado. Mas antes de mais nada, você deve considerar os pontos do projeto que envolvem a fabricação de uma corda mais flexível: A- Menos material na capa ou na alma, B- Menos fibras na capa, C- Capa mais solta sobre a alma, D- Malha mais aberta no trançado da capa.
O emprego de qualquer um destes pontos (ou a combinação deles) aumenta a flexibilidade de uma corda. Mas dependendo do processo escolhido pelo fabricante, acaba também diminuindo a resistência à abrasão, corte, derretimento e ao próprio uso. Também pode diminuir a proteção à alma, que em termos de estrutura é a parte fundamental da corda.
É certo que você deve ter uma corda que combine manuseabilidade e resistência. Mas também é certo que a manuseabilidade é um parâmetro relativo. Um usuário bem treinado e com técnica correta consegue trabalhar bem mesmo em cordas consideravelmente mais duras do que a média. Este é um dos pontos que diferenciam um usuário profissional.
A PMI utiliza uma combinação dos quatro pontos acima citados para produzir as cordas da série E-Z Bend. Com esta tecnologia foi criada uma corda flexível o suficiente para a maioria das situações de uso geral e que consiga manter a resistência e durabilidade que tornaram as cordas PMI tão conhecidas.
Para operações onde a máxima resistência é necessária recomendamos o emprego das cordas da série Max-Wear. Apenas para lembrar, a tecnologia Max-Wear combina os quatro pontos no nível de máxima eficiência em termos de resistência a insalubridades ambientais. Para aqueles que utilizam cordas em situações menos exigentes e que fazem a questão da manuseabilidade recomendamos as cordas da série E-Z Bend.
A título de informação, a vida útil das cordas Max-Wear em relação à E-Z Bend em condições semelhantes de uso está em torno de duas vezes.
COR
Para muitas pessoas a cor de uma corda é mera questão de gosto pessoal. Mas as cores podem também ter funções importantes. Por exemplo, uma corda laranja possui melhor visibilidade em ambientes pouco iluminados e também aparecem bem em ambientes de fundo claro (cordas brancas ou amarelas possuem boa visibilidade mas não com fundo claro). Por outro lado, unidades táticas devem utilizar cordas escuras ou camufladas de acordo com o ambiente, exatamente com o intuito de fazer a corda desaparecer no ambiente.
Cordas com capa colorida em relação à alma branca possibilitam a fácil identificação de danos localizados. Os times de resgate que utilizam mais de uma corda empregam em geral materiais de diferentes cores para fácil identificação durante as operações. Cordas com cores diferentes facilitam a comunicação e evitam confusões.
Deve-se considerar que qualquer tintura em nylon provoca perda de resistência em maior ou menor grau. A resistência aos raios ultravioleta pode aumentar ou diminuir com a coloração. Mas, acima de tudo, a perda em resistência depende mais do processo empregado para a tintura do que da cor propriamente dita.
Fibras têxteis de Nylon podem ser tingidas primariamente de duas formas:
– Corante misturado na química pré-extrusão de forma que a fibra téxtil já nasce colorida da máquina extrusora,
– Tintura superficial das fibras brancas.
O nylon tingido durante o processo de extrusão tende a não ser tão forte quanto aquele que conserva a cor natural. Isto ocorre porque os pigmentos misturados na química pré extrusada de alguma forma diminuem o grau de coesão entre as moléculas de nylon. Os fabricantes devem tomar cuidados especiais pois existem diferentes pigmentos que afetam a resistência em diferentes graus.
A tintura superficial não afeta a química das fibras em si, mas uma tintura mal feita ainda pode enfraquecer o nylon. Isto ocorre porque o processo de pigmentação envolve temperatura e química para fixação da cor.
A PMI utiliza nylon tingido das duas formas dependendo das cores ou da categoria. A escolha recai naquele que, dentro da mesma cor, sofreu menos alteração nas características originais da poliamida no decorrer do processo de pigmentação. Todos os lotes são aferidos para certificar-se de que eles realmente estão dentro dos padrões exigidos tanto de resistência quanto de grau de pigmentação (qualidade da cor).
As cores básicas das cordas de resgate da PMI são laranja, azul, vermelha, amarela e branca, todas elas com fios de contraste. Fabrica-se também cordas pretas para uso tático e camufladas para uso na selva, deserto e ambiente urbano.
CUIDADOS
A PMI utiliza filamentos contínuos de nylon tipo 6.6 tanto na alma quanto na capa das cordas. O trançado e a firmeza da capa 100% nylon em conjunto com a disposição paralela contínua (e não torcida em espiral) das fibras da alma propiciam uma resistência superior às cordas PMI além da boa resistência ao calor, produtos químicos e à abrasão.
Mas isso não significa que essas cordas sejam à prova de abuso ou de mau uso. A corda estática, principalmente quando usada em operações táticas ou de resgate, é um material técnico. E assim sendo a habilidade de usá-la corretamente faz parte das qualidades fundamentais do usuário. Existem alguns pontos em que deve-se tomar muito cuidado:
1 – Produtos químicos: Existem dois grupos de produtos relativamente comuns (principalmente em ambientes industriais) que não devem entrar em contato com cordas: ácidos e hidrocarbonetos (derivados de petróleo).
Existem vários relatos de acidentes por rompimento de corda devido ao enfraquecimento do material causados por esses grupos de produtos. E é ao mesmo tempo interessante e assustador saber que uma parcela considerável dessas contaminações ocorreram dentro dos carros. A água (ácido) das baterias tem sido um dos vilões da história juntamente com resíduos de óleo, querosene, gasolina e diesel.
Os hidrocarbonetos ainda são detectáveis em maior ou menor grau devido ao cheiro e cor. Mas os ácidos são extremamente perigosos sendo que muitas vezes a corda se mantém em perfeito estado visual, mesmo quando consideravelmente degradada.
2 – Abrasão: As cordas PMI possuem a fama mundial de agüentar qualquer parada. A PMI tem orgulho da qualidade que a tornou conhecida, mas os usuários devem sempre ter em mente que uma corda, por melhor que seja, é constituída de fibras de poliamida. Em outras palavras, estamos falando de fibras têxteis.
A abrasão causada pelas quinas e arestas rochosas durante uma operação tem sido um problema uma vez que normalmente resultam em danos localizados. Muitas vezes a corda está perfeita na sua totalidade exceto num determinado ponto onde acabou abrindo um talho na capa ou coisas assim. Na pior das hipóteses o dano pode resultar em rompimento da corda durante o uso.
A capacidade para conseguir visualizar os possíveis pontos de abrasão, evitá-los quando possível e protegê-los quando necessário faz parte da habilidade do usuário.
3 – Choque: As cordas estáticas não têm nem de longe o poder de amortecimento de choque das cordas dinâmicas. Assim sendo não é recomendável utilizá-la em sistemas de impacto sem a instalação de amortecedores passivos de choque (lanyard). Sem a instalação de lanyards, no caso de choque, não apenas o pessoal, mas também a ancoragem seria submetida ao impacto.
4 – Pré-Tensionamento: Mesmo as cordas tecnicamente estáticas possuem uma pequena elasticidade. Dependendo do tipo de operação ou comprimento da corda, essa característica pode não ser bem vinda.
Assim sendo é uma prática relativamente comum pegar uma corda nova e tensionar com carga de 200 a 300 kg antes do uso. Isso faz com que ela sofra uma esticadinha de caráter definitivo, tornando-a um pouco mais estática.
VIDA ÚTIL
A vida útil de uma corda não pode ser definida pelo tempo de uso. Ela depende de vários fatores como grau de cuidado e manutenção, freqüência do uso, tipo de equipamentos que foram utilizados em conjunto, velocidade de descida em rapel, tipo e intensidade da carga, abrasão física, degradação química, exposição a raios ultravioleta, tipo de clima etc.
Temos relatos de usuários que submeteram as cordas PMI a muitos milhares de rapéis antes de aposentá-las. Mesmo cordas duráveis e resistentes como a PMI estão sujeitas às forças destrutivas. Qualquer corda está sujeita a falha se for mal conservada ou utilizada em condições abusivas ou extremas como ação de arestas cortantes ou abrasivas. Outra forma de judiar da corda é submetê-la ao choque de carga (chock loading).
Independentemente do tempo de uso uma corda deve ser posta de lado quando verificada uma ação considerável de abrasão, sofrer dano localizado na capa, submetida a um severo choque, suspeita de contaminação química ou de qualquer outra natureza.
No fim das contas o usuário deve estar consciente do que deve (e não deve) fazer com uma corda para mantê-la em boas condições e usar de bom senso para decidir quando aposentá-la.
FONTE: Informativo de Assessoria Técnica da OmniSports – Março de 1997 (omnisports@originet.com.br)
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Bom dia mauricio,Feliz Ano Novo companheiro.!!! obrigado pelas dicas.