Trilha do Morro Mãe Catira, entre Curitiba e Morretes

Desta vez apresentarei um lugar pouco visitado e que proporciona uma vista apaixonante. O nome deste local é Morro Mãe Catira. Está localizado próximo a estrada da Graciosa, que liga Curitiba a Morretes. Após o relato, relacionarei as formas de chegar a este morro.

O passeio foi uma mescla de uma bela pedalada com um pouco de montanhismo. Saí de casa não muito cedo, perto de 9h e segui sozinho de bike até a estrada velha da Graciosa. Uma estrada de terra com aproximadamente 18 km até encontrar a conhecida Graciosa de hoje. Um passeio muito bonito e recomendado, com vários pontos onde se pode tirar uma linda foto ou apenas parar e contemplar algumas construções.

O percurso é tranqüilo e durante todo o tempo tenho a companhia de pássaros e outros animais de chácaras pelo caminho, bem como as formações de montanha que ao longe escondem todos os seus mistérios e suas belezas.

Após 54 km de pedalada, cheguei na famosa Casa de Pedra, uma construção antiga onde tem início a trilha que leva ao alto do morro. Nesse momento conheço um Sr simpático e falador, caseiro da chácara que conheci pelo apelido de “Espalha Brasa”. O nome dele é meio complicado e não consegui guardar. Conversamos alguns minutos, o que me deixou a vontade para pedir um lugarzinho em sua casa para eu deixar a bike. Depois de uma boa conversa é hora de subir.

A trilha é batida, mas bastante estreita e a mata fechada. Tem que seguir com atenção, pois são muitas raízes e muitos pontos onde tem que usar galhos como apoio para subir. Como a mata é fechada e não existem muitos pontos para a passagem de luz do sol, o terreno fica bastante úmido é deve ter muita atenção com possíveis cobras no caminho.

Percorri toda a trilha e já aguardava ansioso o primeiro “clarão” onde eu poderia avistar um pouco da serra do mar. Este demora a surgir e sigo ali, caminhando sozinho no meio da mata, subindo em meio a bambus e raízes até que surge a primeira oportunidade para apreciar a natureza que me cercava.

A partir deste ponto são vários os locais onde se consegue uma linda vista. Estas são as mais variadas, tanto para a região do Pico Paraná, quanto para o conjunto Marumbi. Por vezes fico ali parado, sem ao menos conseguir pensar em algo, apenas sentado e olhando ao longe sem saber exatamente o que ou para onde… apenas olhando e admirando.

Vale a dica para os casais que gostam de curtir juntos um lindo lugar. Existem dois pontos onde se consegue acampar e são quase chegando no alto do morro. Mas é um acampamento “adaptado”, nada de “camping de luxo”. São pequenos espaços em meio aos arbustos e ali existe a possibilidade de colocar uma barraca. Para tentarem imaginar como seria, criem em suas mentes, a partir destas imagens mostradas, a visão do sol se pondo ou nascendo nesta região.

Reiniciei a caminhada e finalmente chego ao ponto que gostaria, próximo ao cume com a vista de toda a região. É chegada a hora de me alimentar e ficar ali deitado por vários minutos. É o lugar ideal para se questionar sobre várias coisas, de se pensar em uma pessoa querida e o quanto seria maravilhosa a sua companhia naquele exato momento, de fazer uma oração, pois está muito mais próximo de Deus, de meditar, de gritar bem alto ouvindo o retorno de sua voz… ou de “soltar” um desejo ao vento. Dizem alguns montanhistas que um desejo sincero solto ao vento, do alto de uma montanha, é levado com todo carinho na forma de uma suave brisa, tocando o coração a que foi destinado.

Você já fez o seu desejo? Se não, venha conhecer um lugar como este e tenha esta experiência.

É chegada a hora de descer. Uma caminhada bastante tranqüila e sempre cuidadosa me leva a base do morro novamente para aproveitar um pouco mais da companhia agradável do Sr “Espalha Brasa”, tomar uma água purinha e me preparar para 54 km ou mais de pedalada até minha casa, já que viria por outro caminho porque logo começaria a escurecer. Claro, antes disso ainda daria tempo de uma parada para tomar um caldo de cana e para fotografar e admirar o pôr do sol na serra.

Espero que possam apreciar momentos tão maravilhosos como os que presenciei. Fica o convite para que conheçam esta região e sempre é bom lembrar, não façam fogueiras e sempre que saírem do local, procurem deixá-lo igual, ou melhor, do que encontraram. Se precisarem de mais dicas sobre o local, estou a disposição.

Como Chegar:

Partindo de Curitiba, pode-se chegar por dois pontos. Indo pela estraga velha da graciosa ou pela BR116 entrando pelo portal da Graciosa.

Indo pela estrada velha, pode-se partir de Quatro Barras (região metropolitana) e seguir sempre pela mesma estrada, passando por baixo do Contorno Norte. Ou entrar na estrada velha ali no Contorno Norte. Seriam 18 km a partir dali até encontrar a estrada atual (que parte do portal).

Uma vez na Graciosa, pela estrada antiga ou pelo portal, segue até passar o Rio do Corvo. Vão avistar uma grande subida. Ao chegar no final dela, à direita existe uma estradinha que parece abandonada, que da a impressão de retornar para a BR. Entre nesta estradinha e siga mais ou menos 1 km. Logo a sua esquerda avistará a “Casa de Pedra”. Na chácara ao lado pode-se deixar o carro que o Sr “Espalha Brava” mostrará o início da trilha. Lembro que ele cobrará pelo estacionamento. Não sei o valor, mas acredito que seja R$5,00. De bike foi cortesia.

Autor: Márcio Trindade
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