Um fantástico mergulho na Tailândia

A Tailândia já é um sonho de lugar pra se conhecer. Minha viagem durou 23 dias, e eu diria que ainda foi pouco, mais uns 15 dias seria perfeito. Deste tempo, cinco dias foram dedicados ao mergulho, minha atividade mais amada.

Eu estava na cidade de Phuket, a mais conhecida depois da capital Bangkok, por suas belas praias e paisagens paradisíacas.

Já saí do Brasil com a operadora de mergulho contratada, isso normalmente não é necessário, mas devido à época, pro reveillon, achei melhor por segurança irmos com o Live Abord contratado. Nossa operadora de mergulho ficava em Khayo Lak, uma hora e meia de Phuket.

Ao chegarmos encontramos mais uma galera que também ia pro live abord conosco, alguns eram europeus, mas metade do grupo era de tailandeses.

Minha preocupação foi grande com a comida, é realmente bem diferente da nossa, e num live abord isso pode ficar um tanto complicado, já que ficamos completamente sem opção, sujeitos ao que for servido. Na dúvida, passei no mercado e levei alguns ítens, um kit de sobrevivência em caso de extrema necessidade, (utilizado todos os dias …)

O Barco

Da operadora as vans nos levam para o cais. Deixamos os chinelos ali e veremos os mesmos somente dali quatro dias. Entramos para fazer o reconhecimento do local. Meu quarto fica na proa, o primeiro, E que quarto!

O barco é um assombro, corredor carpetado, acabamento de madeira em tudo, temos banheiros, cozinha, sala de DVD, área para lancharmos, deck e a área que utilizamos para os equipamentos e saídas pra mergulho. Como diz um amigo meu, coisa de patrão.

Nos reunimos para uma conversa sobre os procedimentos e regras que devem ser seguidas, durante os próximos 4 dias e mergulhos. Em seguida, após acomodados, o jantar é servido, em seguida subimos pro deck, vamos conversando com as pessoas, nos conhecendo.

O barco parte próximo à meia noite, é 31 de dezembro, logo é possível ver os fogos dos grandes resorts à beira mar. Nosso barco também tem fogos. Mas não só por causa do ano novo, é um ritual comum na saída de todo live abord.

Como todo brasileiro, estávamos prontos pra comemorar o ano novo, mas aqui na Tailândia e diferente, eles comemoram no ano novo chinês que e em fevereiro, então apenas os ocidentais se cumprimentam desejando Happy New Year!

OK Ok, 10 min depois vamos dormir. Afinal, nosso primeiro mergulho será logo cedo no dia 01/01 as 7:30 da manha. affeee!

Sobre os mergulhos

Num total foram 14 mergulhos. Quatorze pontos diferentes. Estamos num parque marinho chamado Similan Islands, formados por 9 ilhas. E nossa embarcação fica a todo tempo se locomovendo entre elas. Aqui na Tailândia esse é considerado o local top pra mergulhar. Estamos em 18 mergulhadores e fomos divididos em 4 equipes. Acho que por nível de certificado ou numero de mergulhos pelo que pude entender.

Os mergulhos foram todos longos e profundos. Cada mergulho respeita a regra dos 30mts de profundidade máxima, e eram finalizados pontualmente aos 60 mins. Pra isso nossos cilindros sempre tinham um pouco mais de 200 bar, ou muito mais que 200 bar.

Sorte que a água aqui é bem quente, 27/28 graus, por que só assim pra ficarmos tanto tempo debaixo d’água.

Foram 4 mergulhos por dia, respeitando pontualmente os horários. Sendo o primeiro as 7:30 da manhã, (affee esse era cruel…), as 11:30, as 16:30 e o último noturno as 19:30, fiz todos os mergulhos e ainda incluí alguns snorkels nas paradas.

A operação de mergulho na embarcação é pauleira. Em alguns pontos de mar aberto exigem um tanto de agilidade tanto do mergulhador quanto da equipe, e isso preciso elogiar, os caras são muito bons, quando você pensa eles ja fizeram. Nas saídas da escola de mergulho na qual opero como Dive Master em Angra dos Reis, eu trabalho pra caramba, por isso nestas oportunidades de sair como cliente eu aproveito, nem minha própria nadadeira eu coloco ;-))

Cada mergulhador tem sua própria caixa com seu nome identificado na frente pra guardar seus equipamentos , praticamente não temos que fazer nada, só vestir a roupa (em partes, porque o zíper eles que fecham também rs), depois é só sentar e logo vem uns 3 pra te montar… nossa assim eu fico mal acostumada ;-))

O Fundo do Mar

Aqui, no mar de Andaman, onde foram realizados todos os mergulhos, a vida marinha é diferente mesmo, como eu pensei que fosse. Quando mudamos oceano, a vida muda muito.

Acreditem se quiser, mas aqui não tem “Sargentinho” , o peixe mais popular do oceano, pelo menos em 14 mergulhos eu não vi nenhum! A maioria dos mergulhos é de fundo rochoso, muita formação de corais e anêmonas.

O que marca mesmo são as cores. É uma variedade muito grande e em pequenos espaços, parece ser uma coisa montada de tão perfeita que é.

A vida é muito grande em peixes. Coloridos, diferentes formatos e tamanhos. Eu nunca (nos meus 103 mergulhos anteriores) havia mergulhado com tanta quantidade de peixes. Chegamos à ficar sem visibilidade. A quantidade de peixes faz sombra. É muito, muito peixe. Cardumes grandes e pequenos.

Vimos também muitas Moréias, em todos os mergulhos (em um único ninho, 3 filhotinhos juntos, lindo!), tartarugas, lulas gigantes (50cm! pré-histórica?!), muitos peixe-leão, Barracudas, o Nemo claro entre as anêmonas, e o Tubarão Leopardo que é uma espécie bem dócil.

A visibilidade estava boa, uns 20 metros nos sites abrigados, mas nos de mar aberto o bicho pegou, muita correnteza, pouca visibilidade e muita profundidade, affee! mas todos valeram muito à pena!

– Fui atacada por um peixe durante um mergulho.

Eu inocentemente fui fotografar o danado. Tinha feito isso varias vezes no dia anterior, sem saber que era uma especie agressiva. Estávamos em pleno mergulho quando eu olhei pra tras e vi o suposto inimigo tomar distancia e atacar as nadadeiras do meu parceiro. Ele era grande. E tinha dentões de fazer estrago. Fui tentar espantar o cretino e logo ele veio pra cima de mim. Era bem assim mesmo, tomava distancia e vinha pra cima com tudo! Depois de quatro tentativas de ataque em que eu me defendi com a câmera e com a nadadeira ele decidiu ir embora. Nos dias seguintes eu passei bem longe dele.

Os companheiros do barco ficaram tirando maior onda depois rsrs, tipo, “o amigo da Monica” hehehe. O peixe integrante do BOPE é de uma espécie chamada Trigger Fish. Vou colocar fotos dele depois pra vocês verem, não existe no Brasil (ainda bem, ufaaa).

Como o último dia foi bem corrido, nosso mergulho começa antes do sol nascer. Affee, eles nos acordam as 6 da manhã. Eu abro os olhos e vejo pela minha janelinha tudo escuro ainda, penso, será que vamos fazer noturno novamente ? rs

Ótimo pra acordar!

Além do mais o mergulho aqui é coisa fina, a gente sai da água e em cinco passos esta no quartinho quente com toalha sequinha hehehe. Totalmente fora dos nossos padrões brasileiros. Não que não exista, mas é vibe pra poucos. Eu gostei, bom pra experimentar.

Para maiores detalhes me escrevam, tenho tudo planilhado.
Bjus à galera dive e não dive que acompanha o site.
Águas claras e quentes pra vcs!

Autor: Mônica Magalhães
E-mail: [email protected]