Mais uma vez tentarei colocá-los em contato com um lindo local serra Paranaense, através de um relato e fotos de um passeio que fiz na companhia da minha inseparável parceira, a Lisiane.
O passeio em questão começa em um sábado, com uma manhã um pouco “feia” em Curitiba, com muito frio e nuvens carregadas no céu. Sairíamos as 8h00 da manhã, mas como neste passeio existe uma mulher envolvida, então claro que a saída atrasou um pouquinho (rsrs). Bem!! A Lisiane chega para me buscar, já com sua bike no carro e é só o tempo de colocarmos a minha no “transbike” e sairmos.
Seguimos sentido Morretes, uma cidade histórica no pé da serra do mar. Uma viagem tranqüila, menos de 1hora e estávamos no centro da cidade. Trocamos de roupa, arrumamos as mochilas e seguimos sentido ao posto do IAP (Instituto Ambiental do Paraná), onde deixaríamos as bicicletas e seguiríamos a pé pela trilha em direção ao Salto. São aproximadamente 10km por uma estradinha tranqüila, até o posto do IAP. Uma boa pedalada para aquecer um pouco as pernas. Chegando ao posto, encontramos os atendentes que sempre são muito bacanas e prestativos. Depois de fazer o cadastro e avisarmos para onde estávamos indo, um pouquinho mais de conversa e algumas risadas,… seguimos em direção ao salto.
A entrada da trilha fica a poucos metros dali, onde para iniciá-la, deve-se atravessar o Rio Nhundiaquara. Normalmente a travessia inicial é tranqüila, podendo fazê-la sobre as pedras sem molhar muito os pés. Não tivemos essa sorte, pois o rio estava um pouco cheio e teríamos que colocar os pés na água. Como a Lisiane estava um pouco gripada queríamos evitar a subida com os pés dela molhados com água gelada e por esse motivo ficamos andando a beira do rio, tentando achar um lugar para atravessar, o que já nos rendeu boas risadas e situações engraçadas.
Muito bem! Uma vez transpassado o rio, iniciamos nossa caminhada para o Salto dos Macacos. O inicio é muito tranqüilo, sem muita subida e como a mata é fechada, caminhamos sempre respirando o ar mais puro da serra. A trilha é muito úmida em vários pontos, mas muito gostosa devido a diversidade de vegetação que cerca o visitante em todo o caminho. Sem contar os pássaros que dão um show à parte, onde em vários momentos parecem conversar alegres uns com os outros, sem se importarem com nossa presença. O encanto desta trilha está nestes detalhes, na natureza ali presente,… está no prazer de presenciar o lindo canto de um pássaro, uma árvore que não se vê com freqüência ou uma flor ainda quando está se abrindo para o mundo,…
Como não tínhamos pressa alguma, seguimos bem tranqüilos pela a trilha e sabíamos que estávamos muito além da média de outras pessoas que fazem este caminho,… mas como o que menos importa para nós é o tempo ou a pressa e sim aproveitar o local e tirar belas fotos, continuamos em nosso ritmo, transpondo alguns rios pelo caminho e começando as nos acostumar com as subidas que começaram a surgir. A partir de um determinado ponto, começamos a parar um pouco mais para descansar, pois quando vamos nos aproximando da cachoeira, as subidas começam a ficar mais pesadas e a natureza parece impor seu preço para nos mostrar a maravilha que nos espera. Em um destes pontos encontramos um pequeno grupo que estava retornando e nos motiva dizendo que estávamos quase lá. Ficamos muito contentes, não só com a certeza de estarmos próximos do Salto, mas por encontrarmos crianças no grupo, aprendendo desde cedo a apreciar e a respeitar estes lugares. Claro, estavam acompanhadas dos pais, que mostravam ser bastante responsáveis com elas.
Mais alguns minutos de caminhada e lá estava,… o Salto dos Macacos. Uma cachoeira “perdida” no meio da serra, com aproximadamente 70m de altura. Em sua base formam-se piscinas naturais maravilhosas e convidativas para um belo banho. Infelizmente estava bastante frio e a água da serra já é muito gelada, por tanto cair naquelas águas não seria uma escolha muito inteligente (rsrs). A seqüência da água, vinda da cachoeira, forma um segundo salto chamado de Salto do Redondo. Uma queda bem menor, mas também muito bonita. A cachoeira não estava tão bela como de costume, pois escolhemos uma época de pouca chuva. Mas mesmo assim sua beleza é impar e encanta qualquer visitante.
A única situação “chata” aconteceu ao chegarmos no salto, onde encontramos três rapazes que levaram bebida alcoólica para consumir no local. Assim, um deles encontrava-se muito mal, deitado sob várias roupas e os outros tentando fazer um fogo junto as pedras, para tentarem se aquecer, já que haviam caído na água. Infelizmente ainda encontramos gente assim, que esquece que estes lugares não combinam com tamanha irresponsabilidade. Mas felizmente foi só a impressão ruim de vê-los naquela situação, pois não tivemos problema algum com eles.
Afastamo-nos um pouco dos três rapazes e da cachoeira maior e ficamos sobre a menor, onde forma-se um lindo mirante que da vista para o Conjunto Marumbi. Ali é possível avisar todo o conjunto e o passeio torna-se ainda mais bonito. Ali foi o ponto escolhido para apreciar e também comer um delicioso lanche que a Lisiane havia preparado. Ali ficamos por aproximadamente 1 hora. Infelizmente o tempo não ajudou muito e parte do Marumbi permaneceu todo tempo encoberto, mas mesmo assim valeu muito a experiência de estar naquele local e ficarmos por algum tempo quietos, sentados em direção a serra, onde o único som era da água que caía da cachoeira e corria ao nosso lado, dando uma sensação de paz incrível.
Depois de abastecermos a alma com mais um lindo lugar e mais uma bela experiência e a certeza de que Deus não fez simplesmente estes lugares e sim os “desenhou”, nos arrumamos para a volta. Mas antes da descida paramos para apreciar um belo formigueiro, onde a Lisiane me deu uma aula sobre um determinado tipo de formiga, mas infelizmente não conseguirei compartilhar com vocês, pois não lembro com fidelidade os detalhes (rsrs).
A descida foi muito tranqüila. Não tivemos, graças a Deus, nenhum imprevisto no caminho. Foi mais um passeio que curtimos e que só lembraremos de momentos bons. Voltamos animados, conversando, rindo,… e quando percebemos estávamos no rio Nhundiaquara novamente. Mas aí não teve jeito, tivemos que molhar até as canelas, pois o rio estava mais cheio e não tinha como passar sem molhar. Até tentamos, andando no meio da mata por algum tempo, tentando achar um melhor lugar para passar mas,…
E foi assim que encerramos nosso passeio. Sentados no posto do IAP, com os pés encharcados, conversando um pouco com o pessoal que ali atende e retornando depois até Morretes de bicicleta,onde nos trocamos e fechamos com um delicioso pastel no centro da cidade. Pois quem conhece Morretes sabe, que não se passa por ali no final da tarde sem comer um delicioso pastel feito na hora.
“Mais uma vez reservo este cantinho para pedir um pouco mais de respeito e cuidado nestes locais. O corpo de bombeiros fez um excelente trabalho nesta trilha, marcando em vários pontos com fitas e em outros colocando faixas orientando as pessoas para que não saiam da trilha. Mas é comum encontrarmos faixas rasgadas e trilhas abertas depois delas, por pessoas irresponsáveis que vão ao local e não respeitam. Com isso, são registrados nestas trilhas muitos casos de pessoas que se perdem e outras que perdem suas vidas, por pura irresponsabilidade. Vamos evitar este tipo de atitude e também evitar situações como a que presenciamos, de pessoas embriagadas em um local de difícil acesso, onde qualquer resgate em tempo hábil nesta região seria inviável”.
Espero que tenham gostado do relato e qualquer sugestão ou crítica estou a disposição por e-mail. Abraço a todos.
Autor: Márcio Trindade
E-mail: [email protected]
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Pode nos dizer qual o nivel de dificuldade da trilha?
Há subidas muito ingrimes ou trechos perigosos?
Olá vocês contrataram um guia? A trilha é sinalizada?
É sempre bom ir com guia! Tem várias agências locais que trabalham muito bem na região.
Muito legal!! Vamos fazer a trilha amanhã!
Aeeeeeeeeeeeeee! Aproveitem!