Réveillon e dicas do que fazer a pé e de barco em Ilha Grande – RJ

Tudo começou com o pensamento de passar o Réveillon 2015 em um lugar especial, sossegado e com contato direto com a natureza, pois é a forma que encontramos de recarregar as energias para o novo ano. Ilha Grande é um lugar mágico, repleto de belezas naturais, situado no Município de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Como o melhor da viagem é esperar por ela, aguardamos ansiosos até o dia 31 de dezembro.

E então a grande data chegou, o dia amanheceu do jeito que eu queria, fresco e nublado (ideal para uma viagem de moto em pleno verão). Coloquei a bagagem na moto e parti para Juiz de Fora (160 km), cidade onde minha namorada reside.

Colocamos toda tralha na moto (mulher leva muuuuuuita coisa, rs) e partimos com certo atraso, porém a distância era relativamente pequena, assim era possível fazê-la em uma tarde.

Foi passar o primeiro pedágio da famosa rodovia 040 para começar uma terrível chuva de pedras. Ventava muito, fazendo com que a moto com seus mais de 300 kg balançasse de um lado para o outro feito um barco a velas. Tentei manter a calma e continuar a viagem com velocidade menor. Porém 15 minutos depois impossível continuar. Paramos em uma mercearia na cidade de Comendador Levy Gasparian onde Thaís tomou um café e ficamos esperando a tempestade passar.

Chegamos a pensar em voltar e deixar a viagem para o dia seguinte chovia forte e havíamos andado apenas 50 km. Porém como mágica a tempestade passou, subimos na moto felizes da vida e partimos empolgados.

Tudo parecia perfeito, tempo mais fresco, estrada com pouco movimento. Até que… Começou uma segunda tempestade, porém dessa vez ainda pior, com relâmpagos, trovões e muito vento. Thaís com muito medo pediu para que eu parasse a moto, porém não havia lugar seguro por perto, parei no acostamento próximo a cidade de Mendes – RJ, afim de acalmá-la. Foi aí que um transformador explodiu e começou a pegar fogo do nosso lado. Dei partida e acelerei com toda vontade fugir do perigo. Por sorte encontramos um posto de gasolina onde havia um belo espaço para nós abrigar.

Que perrengue! Chuva logo no dia da nossa viagem! Mas vamos relevar né, afinal precisamos muito das chuvas que nos últimos dias “não tem dado as caras”.

Aproximadamente depois de 40 minutos de chuva forte recomeçamos nossa aventura. Saímos debaixo de chuva fina com velocidade de segurança. Tomei um pequeno susto numa curva após dar de cara com um galho quebrado na estrada, como estava devagar a moto apenas encostou e não tivemos prejuízos maiores.

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Chegamos em Conceição de Jacareí a noite e conseguimos embarcar por sorte. Desembarcamos na Ilha e logo fomos deixar as bagagens na pousada. Passamos uma virada de ano na praia com fogos de artifício e tudo mais.

Dicas do que fazer em Ilha Grande

Amanheceu o dia e cedo partimos pegamos a trilha para o Aqueduto. Incrível monumento utilizado para levar água até o presídio Lazareto, que também visitamos. Em primeiro momento foi utilizado para isolamento de pessoas doentes, em seguida o lugar se tornou realmente um presídio. Ficamos apavorados com a energia negativa do lugar, puts!

Bom chega de coisa ruim e vamos partir para o que mais nos interessa! As praias de Ilha Grande!!!

Pegamos uma trilha com dificuldade moderada para Lopes Mendes, conhecida como uma das praias mais bonitas do Brasil. Ao chegar próximo a praia percebi que tinha outra trilha, para a tal praia de Santo Antônio, que por sinal achei mais encantadora do que Lopes Mendes. A praia de Santo Antonio fica 30 minutos de caminhada de Lopes Mendes.

Voltamos para a Vila do Abraão de Barco e fomos direto para a pousada tirar a água salgada do corpo. Mal chegamos na pousada e a luz acabou. Puts! Ouvimos de moradores que a cidade não comporta a quantidade de turistas e sempre falta energia por algumas horas durante a alta temporada.

A noite foi difícil conseguir lugar para jantar, pois apenas alguns restaurantes têm geradores. Após duas horas esperando conseguimos um lugar super legal e com comida muito boa, o Restaurante Lonier & Garoupas.

No dia seguinte nosso foco era passeio de barco. Fizemos a famosa meia volta a Ilha. Onde pegamos o Fast Boat, uma espécie de barco bem rápido. Visitamos e praticamos muito snorkel na Lagoa Azul e Lagoa verde, lugares fantásticos, que com certeza irei voltar.

Chegamos numa enseada conhecida como “Saco do Céu”, que é um santuário ecológico rico em biodiversidade. O mar é tão calmo como um lago e nas noites de céu estrelado é possível ver as estrelas refletidas na superfície da água – por isso o nome.

Próximo a ela existe uma praia conhecida como a “Praia do Amor”. Reza a lenda que o casal que escreve o nome na areia da praia nunca mais se separa.

A última praia visitada foi a Praia da Feiticeira. O nome da praia é por conta de uma bela cachoeira que existe ali próximo. Difícil dizer qual praia é a mais bonita. Em Ilha Grande não existe praia feia. Impressionante!

No outro dia estávamos programando outro passeio de barco conhecido como Volta a Ilha. Tentamos comprar o passeio na Vila do Abraão mas já havia esgotado em todas agências. Puts, ficamos arrependidos de não ter comprando com mais antecedência. Foi então que achei uma ultima agência e eles tinham as ultimas vagas para o tal passeio. Ufa! Nosso dia estava salvo!

Saímos bem cedo a fim de embarcar, demos muita sorte, fomos de lancha que é bem mais rápido que os demais barcos que fazem o passeio e por levar menos tripulantes, fica bem mais rápido e confortável.

Aproveitamos ao máximo. Cachadaço foi a primeira praia visitada que possui o que há de melhor no que diz respeito ao paraíso, água cristalina azul turquesa, Mata Atlântica exuberante ao redor, rochas milenares, riacho com piscina cristalina que deságua nas pedras da praia, e o incrível é que ninguém consegue vê-la apenas passando de barco. A natureza nos fez o favor de escondê-la entre as pedras. Que perfeição!

Depois de muito snorkel partimos para Parnaioca. Ficamos encantados com a lagoa de água doce, você toma um banho no mar e em seguida pode tirar o sal na Lagoa da Parnaioca. Incrível! Nessa praia existe também uma capelinha onde fiz amizade com o Frei e uma simpática senhora nativa. Um fato curioso é que existe um cemitério em frente a Capela, segundo essa senhora ali estavam seus parentes.

Logo chegamos a próxima praia, a Praia de Meros. O lugar leva esse nome, pois era frequentada pelo peixe Mero, segundo nosso Capitão da lancha, os nativos matavam o peixe com 4 kg acreditando que o mesmo já estava na fase adulta, sendo que chega a pesar até 455 quilos, por conta disso, hoje infelizmente o mesmo está extinto, uma pena.

A lancha desenvolvia cerca de 50 km por hora que no mar é muita coisa, chegamos rápido até a Praia do Aventureiro, onde percebi que havia um curioso coqueiro em formato da letra L, tinha até fila para tirar foto com o mesmo. Praia fantástica. Dizem que o nome faz sentido, porque aventureiro é o mínimo que se pode chamar a quem lá consegue chegar, seja por terra ou por mar. Nem sempre é fácil e tranquilo chegar na Praia do Aventureiro. Quando o mar está de ressaca e o dragão estendido sobre a Pedra do Dragão lambe as ondas e é impossível navegar com segurança.

Chegou o dia de partir. Que triste deixar esse lugar encantador! Com certeza um lugar para voltar! E a viagem de retorno foi excelente. Sem chuva e sem sustos!

Os custos totais da viagem foram de aproximadamente 1200 reais por pessoa, incluindo pousada.

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Vídeo da viagem a Ilha Grande

Deixo com vocês esse vídeo que fiz do nosso Réveillon em Ilha Grande e um pouco de tudo que vimos por lá.

Em breve voltaremos! Obrigado por ler.

Por Pedro Henrique Ribeiro